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Terceiro suspeito de participação na morte de advogado se entrega à polícia

Eduardo Sobreira Moraes era procurado pela polícia desde a segunda-feira (4). Ele é o terceiro preso pela Polícia Civil do RJ como participante do assassinato do advogado Rodrigo Crespo, em 26 de fevereiro

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM G1 05/03/2024
Terceiro suspeito de participação na morte de advogado se entrega à polícia
Eduardo é apontado pela polícia como responsável por acompanhar os passos do advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos | Reprodução/G1

Eduardo Sobreira Moraes, de 47 anos, se entregou, na tarde desta terça-feira (5), na Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade.

Eduardo é apontado pela polícia como responsável por acompanhar os passos do advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, antes dele ser assassinado em 26 de fevereiro.

O suspeito prestava depoimento na tarde desta terça na Delegacia de Homicídios da Capital. Com a apresentação à polícia de Eduardo, agora são três os presos apontados pela polícia como participantes na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo: o policial militar Leandro Machado da Silva e Cezar Daniel Mondego de Souza.

Rodrigo Marinho Crespo foi executado no Centro do Rio — Foto: Reprodução

Rodrigo Marinho Crespo foi executado no Centro do Rio — Foto: Reprodução

O policial militar Leandro Machado da Silva, procurado desde segunda-feira (4) pela morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo, no Centro do Rio, se entregou à polícia nesta terça (5). Mais cedo, agentes da Delegacia de Homicídios da Capital tinham prendido Cezar Daniel Mondego de Souza, o terceiro suspeito identificado.

Os investigados por envolvimento no assassinato do advogado são:

  • Cezar Daniel Mondego de Souza: apontado como responsável por monitorar a vítima no dia do crime e nos dias anteriores. Tinha cargo comissionado com salário de até R$ 6 mil na Alerj e foi preso nesta terça.
  • Eduardo Sobreira Moreira: também é suspeito de vigiar os passos da vítima até a execução. Está foragido.
  • Leandro Machado da Silva: policial militar que, segundo as investigações, providenciou os carros usados no crime. Entregou-se nesta terça. Também é apontado como segurança de Vinícius Drumond, filho do contraventor Luizinho Drumond. Vinícius nega.

Saiu para comprar gelo e sumiu

Segundo a irmã de Eduardo, que prestou depoimento na delegacia e o reconheceu nas filmagens, o suspeito estaria organizando, no sábado (2), um churrasco para comemorar o seu aniversário no domingo (3).

Durante a organização do evento, Eduardo foi informado da apreensão do Gol branco, que dirigia, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio.

Eduardo Sobreira então cancelou a festa e disse para a irmã que iria na rua comprar gelo e não voltou mais.

Desde então a localização de Eduardo Sobreira passou a ser desconhecida pela polícia até se entregar na tarde desta terça. Durante as buscas de segunda-feira (4), os agentes não encontraram qualquer informação sobre seu paradeiro.

Eduardo Sobreira Moraes foi flagrado por câmera de segurança próximo à casa do advogado Rodrigo Crespo, na Lagoa — Foto: Reprodução

Eduardo Sobreira Moraes foi flagrado por câmera de segurança próximo à casa do advogado Rodrigo Crespo, na Lagoa — Foto: Reprodução

Carros iguais

De acordo com as investigações, pelo menos 2 veículos participaram da emboscada a Crespo. Os carros tinham as mesmas características: eram Gols brancos. No último sábado (2), um dos veículos utilizados no homicídio foi apreendido em Maricá, na Região Metropolitana do Rio.

Segundo a polícia, Eduardo foi o responsável por vigiar e monitorar a vítima com um dos veículos. Na manhã do dia 26, Eduardo seguiu Crespo desde o momento em que o advogado saiu de casa, na Lagoa, Zona Sul do Rio, até chegar ao trabalho, no Centro da cidade.

Já o PM Leandro teria, também de acordo com a polícia, cuidado diretamente dos veículos usados na ação, tendo inclusive alugado um deles.

Policiais apreenderam o carro clonado no sábado (2), em Maricá, na Região Metropolitana do Rio — Foto: Reprodução

Policiais apreenderam o carro clonado no sábado (2), em Maricá, na Região Metropolitana do Rio — Foto: Reprodução

Motorista flagrado por câmeras

No dia do crime, Rodrigo saiu de casa, na Fonte da Saudade, na Lagoa, Zona Sul do Rio, pela manhã. Ele foi para o Centro da cidade em um carro de aplicativo e chegou ao escritório às 11h11 sem saber que estava sendo seguido de perto por um dos suspeitos pelo crime.

O Gol conduzido por Eduardo o acompanhou durante todo o trajeto e permaneceu estacionado na Avenida Marechal Câmara até as 14h27, quando cedeu a vaga a outro veículo da mesma marca e cor, placa RTP-2H78. Nele estava o assassino.

Através da rota de fuga do primeiro veículo, os investigadores começaram a descobrir detalhes sobre o assassinato.

Após a rendição, Eduardo seguiu no carro pela Avenida Franklin Roosevelt, pegou a Avenida Antônio Carlos e foi em direção ao Aterro do Flamengo. Na região, passou devagar por um posto de gasolina. E a polícia identificou a placa do veículo: RKS-6H29.

Com a informação, os investigadores passaram então a detalhar as rotas feitas pelo carro e a analisar câmeras próximas à residência de Rodrigo.

O veículo, que pertence a uma locadora de automóveis, na Taquara, foi devolvido no último dia 29, três dias após o crime. Quando os policiais o encontraram, ele já havia sido alugado por outra pessoa na sexta-feira (1).