Cotidiano

Juiz obriga estado a pagar cirurgia craniana em bebê de 8 meses no valor de R$ 800 mil

19/12/2019
O juiz José Luiz Leite Lindote, da ª Vara Especializada da Saúde Pública determinou que o estado de Mato Grosso pagasse a intervenção cirúrgica do bebê Arthur Oliveira de Almeida, de oito meses, para a realização de uma cirurgia craniana, no valor de R$ 800 mil. A cirurgia deve ser realizada em um hospital particular de Cuiabá com a equipe médica do Hospital Universitário Júlio Muller(HUJM), que não fez a cirurgia por que o Hospital Universitário não tem unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica. O processo tramitava há pouco mais de três meses na Comarca de Campo Novo do Parecis (396 Km de Cuiabá).   A engenheira agrônoma Cristine de Oliveira Vieira, mãe da criança, disse que, apesar de ter nascido com anomalia no crânio, o problema no filho só foi constatado e diagnosticado aos quatro meses de vida. A deformação, chamada de craniossinostose, ou cranioestenose, ou ainda estenose craniofacial, é uma doença decorrente do fechamento precoce de uma ou mais suturas cranianas. “Só foi constatado quando trocamos de pediatra, que pediu exames mais detalhados, como uma ressonância magnética, só aí ficamos realmente sabendo do que se tratava”, explicou Cristiane.   Ela conta que a partir daquele momento, e com encaminhamentos médicos para profissionais de Cuiabá, deu início a uma batalha pela sobrevivência do filho. O neurocirurgião Atila Monteiro Borges, do Hospital Universitário Júlio Müller (UHJM), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, depois da bateria de exames realizados no bebê, garantiu que a anomalia só seria corrigida com cirurgia.   Foi aí, e sem condições financeiras para bancar a intervenção cirúrgica no filho, orçada em R$ 800 mil, que Cristiane e o marido, Renato de Almeida, conseguiram na Justiça a determinação que obrigou o Estado a realizar a operação em um hospital particular da Capital com a equipe médica do HUJM. A cirurgia não foi no Hospital Universitário porque a instituição não tem unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica.   “Era a única saída que tínhamos, e a situação dele não podia esperar, estávamos em desespero. A resolução na Justiça foi rápida e fundamental para garantir a vida do nosso filho”, frisou Cristiane, assegurando que hoje, além da gratidão, tem experimentado, durante a recuperação do Arthur, que já está em casa, e, logo, deve retornar para Campo Novo, a sensação de alívio, de paz. “Todo muito sofreu muito, mas aconteceu algo muito grande na vida dele, nas nossas vidas”, definiu.