Cultura
Câncer de pulmão: entenda os desafios do tratamento da doença que vitimou Rita Lee
Doença pode ser silenciosa, diagnosticada quando já se encontra em fase avançada
09/05/2023
Sintomas do câncer de pulmão
Tosse persistente, com secreção ou sangue, e emagrecimento rápido sem uma explicação aparente podem ser sinais de câncer de pulmão. No entanto, o câncer de pulmão pode ser uma doença silenciosa na maior parte das vezes, diagnosticada quando já se encontra em fase avançada, dificultando o tratamento. “Boa parte dos pacientes são assintomáticos. Nos casos em que há indícios, os mais comuns são tosse, falta de ar e perda repentina de peso”, diz a oncologista Bruna Carvalho, do Hospital Marcos Moraes, no Méier, que pertence ao Grupo Oncoclínicas, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Segundo a médica, o estilo de vida tem relação direta com o surgimento do câncer de pulmão, já que 80% das pessoas que desenvolvem o problema são fumantes ou ex-tabagistas. Abandonar o cigarro, diz Bruna, é a melhor forma de prevenção da doença. Segundo Roberto Abramoff, oncologista clínico do Hcor, caso o paciente seja fumante, a melhor forma é cessar o tabagismo e evitar a exposição passiva à fumaça do cigarro. “Apesar de existirem métodos muito eficazes, a cessação do tabagismo ainda é o melhor método para prevenir um câncer. Pacientes ex-fumantes têm entre 20% e 90% menos chance de desenvolver um tumor. E caso desenvolvam, podem ter um resultado mais eficaz do que aqueles que seguem com o hábito”, diz o especialista. Atualmente, há inúmeras formas de detectar rapidamente a existência de um câncer. A tomografia sem contraste é a mais indicada, principalmente porque a pessoa recebe uma baixa dose de radiação, sendo possível visualizar a existência de nódulos ou lesões suspeitas e tratar precocemente, o que pode levar à cura. A taxa de sobrevida relativa em cinco anos para câncer de pulmão é de 18% (15% para homens e 21% para mulheres). Apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial (câncer localizado), para o qual a taxa de sobrevida de cinco anos é de 56%.Desafios no tratamento
O tratamento do câncer de pulmão requer a participação de um grupo multidisciplinar, formado por oncologista, cirurgião torácico, pneumologista, radioterapeuta, radiologista intervencionista, médico nuclear, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e assistente social. Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário fazer o diagnóstico e determinar a evolução da doença para definir se o câncer está localizado no pulmão ou se existem focos em outros órgãos – a chamada metástase. Para os pacientes com doença localizada, e, particularmente, sem gânglios aumentado na região entre os dois pulmões, o tratamento é cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia ou radioterapia. Para aqueles com doença localizada no pulmão e nos linfonodos, o tratamento é feito com radioterapia e quimioterapia ao mesmo tempo. Em pacientes que apresentam metástases, o tratamento é com quimioterapia ou, em casos selecionados, com medicação baseada em terapia-alvo, que é uma nova forma de tratamento de câncer, frequentemente usada em pacientes cujo tumor tenha determinadas características genéticas. Segundo o Inca, essas medicações têm sido reservadas para o tratamento de doenças avançadas. Novos estudos estão em andamento para selecionar o grupo de pacientes que melhor se beneficiará deste tratamento.Mais lidas
1