Economia e Negócios
Temores em relação a uma nova variante do coronavírus possivelmente resistente a vacinas levam a semana a terminar com aversão ao risco no exterior. No Brasil, o dólar avançava frente ao real na manhã desta sexta-feira (26), enquanto o Ibovespa operava em queda de quase 3%, acompanhando o movimento das bolsas mundiais.
Às 11h05, a moeda norte-americana spot avançava 0,26%, a R$ 5,5,82 na venda. Já o benchmark recuava 2,84%, a 102.805,84 pontos.
A linhagem B.1.1.529 do novo coronavírus foi identificada pela primeira vez em Botsuana, no sul da África, e tem preocupados cientistas por ter muitas mutações que dão vantagens ao vírus. A cepa também foi encontrada na África do Sul e em Hong Kong. Até o momento, não há registros da variante no Brasil.
“O que mais chama atenção é que a variante tem um número grande de mutações, são pelo menos 32. Ela tem várias mutações que nós já enxergamos em outras variantes que foram importantes ao longo do tempo, como a variante Alfa”, explica o virologista Fernando Spilki, pesquisador da Universidade Feevale, do Rio Grande do Sul, em entrevista à CNN.
“Essas mutações não querem dizer que tenhamos uma situação crítica. Precisamos testar, tanto in vitro quanto in vivo quais os efeitos desse acúmulo de mutações, é algo que precisa ser investigado”, acrescenta.
Autoridades britânicas acreditam ainda que essa é a variante mais significativa até agora e correram para impor restrições de viagem ao sul da África, e Japão, República Tcheca e Itália fizeram o mesmo nesta sexta-feira.
A União Europeia também disse que busca suspender as viagens áreas da região. A Organização Mundial da Saúde vai reavaliar uma reunião de especialistas nesta sexta-feira para avaliar a nova variante.
Com isso, as empresas ligadas a turismo e viagens Gol, CVC e Azul eram as maiores quedas em percentual do índice.
Moeda dos EUA
O dólar chegou a saltar mais de 1% frente ao real na manhã de hoje, também acompanhando movimento internacional de aversão a risco em meio ao pânico de investidores com a descoberta de uma nova variante da Covid-19.
Contra uma cesta de seis pares fortes, a moeda norte-americana apresentava perdas de 0,5% nesta sessão, mas isso refletia a forte demanda pelo franco suíço e o iene japonês, componentes do índice do dólar considerados bons refúgios em tempos de incerteza econômica.
Na última sessão, a moeda norte-americana spot encerrou em queda de 0,51%, a R$ 5,565.