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Jeanine Áñez se declara presidente da Bolívia em Congresso sem quórum
A senadora de oposição Jeanine Áñez se declarou presidente interina da Bolívia na noite desta terça-feira (12). "Assumo de imediato a presidência e me comprometo a tomar todas as medidas necessárias para pacificar o país" disse ela no Senado, que teria uma sessão para discutir a sucessão de Evo Morales, que acabou não ocorrendo por falta de quórum.
Áñez prometeu organizar novas eleições "o mais rápido possível", seguindo recomendação da Organização dos Estados Americanos (OEA). Desde a renúncia de Evo até a proclamação da senadora, a Bolívia passoumais de 48h sem presidente.
Pouco depois do anúncio, o Tribunal Constitucional da Bolívia reconheceu, em comunicado, o ato da senadora que a proclamou como nova presidente boliviana.
Momentos depois, o ex-presidente Evo Morales publicou mensagem nas redes sociais em que repudia a proclamação de Áñez. "Está consumado o golpe mais ardiloso e nefasto da história", tuitou.
Evo ainda acusou Áñez de violar a constituição da Bolívia e normas internas da Assembleia Legislativa e disse que o país "sofre um assalto ao poder do povo".
Por que Áñez se declarou presidente da Bolívia?
Oposição a Evo pede fim dos protestos
Logo após a autodeclaração de Áñez, o segundo colocado na eleição de 20 de outubro -- vencida oficialmente por Evo, mas suspeita de irregularidades --, o oposicionista Carlos Mesa, a parabenizou numa rede social:Também após Añez se autodeclarar presidente, o líder oposicionista Luis Fernando Camacho afirmou, em La Paz, que vai pedir aos manifestantes que cessem os protestos a partir da meia-noite desta terça-feira.
Evo no México
Evo chegou nesta terça ao México, país que lhe concedeu asilo após renunciar ao cargo sob pressão das Forças Armadas bolivianas.
De acordo com o chanceler do México, Marcelo Ebrard, o avião com Evo teve dificuldades até pousar na capital mexicana devido às dificuldades em se obter autorização para sobrevoar espaços aéreos de países pelo caminho. Bolívia e Equador, por exemplo, não autorizaram.
Evo ainda prometeu continuar na política. "Quero dizer que, enquanto eu estiver vivo, seguiremos na política. Enquanto estiver vivo, continuará a luta", afirmou.
Além de Evo, o agora ex-vice-presidente da Bolívia Álvaro García Linera e a deputada Gabriela Montaño também desembarcaram no México.