Isso porque, como todo medicamento, pode provocar reações. Dessa forma, pessoas com doenças crônicas devem consultar especialistas antes da aplicação da vacina.
Preocupações
Para o ex-presidente da Anvisa Gonzalo Vecina Neto,
é preciso calma com as notícias sobre as vacinas contra a Covid-19. "Os russos provavelmente estão queimando algumas etapas. Uma vacina, para ser colocada à disposição da população, tem que demonstrar que é segura. Vacina não é como um remédio que você dá a um doente, você dá para quem não tem doença. É inadmissível que cause alguma doença", disse.
O vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, afirmou que está nas mãos das agências reguladoras deixar os processos transparentes. “A melhor vacina contra isso é a transparência.”
“É um risco que deve ser evitado garantindo que os aspectos regulatórios sejam cumpridos. Vacina precisa ter comprovação técnica de segurança. Todas as agências reguladoras devem fazer processos transparentes, públicos e rápidos, mas com rigor e qualidade.
Vacina sem transparência não vale”, disse Jarbas.
O governo russo diz, no entanto, que os dados científicos estão sendo compilados e serão disponibilizados para revisão por cientistas e publicação ainda no começo de agosto.
Críticos também afirmam que os esforços de Moscou para desenvolver uma vacina ocorrem em meio à pressão política do Kremlin, que pretende mostrar que o país é uma força científica global.
A Rússia tem 890,7 mil casos do novo coronavírus e 14,9 mil mortes, de acordo com informações da Universidade de Medicina Johns Hopkins. Nesta terça, o país reportou 4.945 novos casos e 130 mortes em apenas 24 horas.
Mais de 100 vacinas contra a doença estão sendo desenvolvidas no mundo. Ao menos quatro delas estão na fase final de testes. Uma é britânica, a chamada vacina de Oxford, e as demais são chinesas, entre elas a Coronavac. Ambas estão sendo testadas no Brasil.