Oito soldados israelenses foram mortos no sul de Gaza neste sábado (15), afirmam as Forças de Defesa de Israel (FDI).

Segundo autoridades, episódio foi um dos incidentes mais mortais envolvendo as tropas desde o início da guerra, em 7 de outubro.

As forças israelenses disseram à CNN que o incidente está sob análise e que diferentes causas possíveis estão sendo investigadas.

Contudo, descobertas preliminares sugeriam que um veículo blindado que transportava soldados como parte de um comboio foi atingido por uma explosão por volta das 5h15, no horário local, durante uma operação que visava “infraestrutura terrorista” na parte noroeste de Tel al-Sultan, em Gaza.

“De acordo com as informações que temos neste momento, um dos veículos de engenharia do comboio esteve envolvido em uma explosão que aparentemente foi causada por dispositivos explosivos plantados na área ou como resultado de disparos de mísseis antitanque”, disse o porta-voz das FDI, Daniel Hagari.

Uma declaração anterior das forças israelenses sugeriu que a explosão inicial pode ter sido agravada quando o material explosivo a bordo do veículo detonou.

“A avaliação atual é que o veículo blindado ‘Nemera’ foi atingido como resultado da explosão de uma bomba lateral”, explicou as FDI.

Além disso, o veículo continha ferramentas de engenharia que incluíam material explosivo. A explosão foi significativa e pode ter sido causada pela ignição do material explosivo no veículo. Tudo isso não deveria acontecer e, portanto, o incidente está sendo examinado”, acrescentaram.

Os militares israelenses disseram que os danos foram tão grandes que foi difícil identificar e localizar os corpos dos mortos.

“Hoje recebemos outro lembrete doloroso do preço da guerra e de que bravos guerreiros e heróis estavam dispostos a sacrificar suas vidas pelo estado de Israel, que é a casa comum de todos nós: drusos, judeus, beduínos, muçulmanos e cristãos. Nossos corações e pensamentos estão com as famílias neste momento difícil”, disse Hagari na entrevista coletiva.

Anteriormente, as Brigadas Al Qassam, o braço militar do Hamas, afirmaram que “realizaram uma emboscada complexa contra veículos inimigos” operando em Tal al-Sultan, que fica a oeste da cidade de Rafah, no sul.

O grupo militante disse ter como alvo uma escavadeira militar, que pegou fogo, matando e ferindo a tripulação. Quando as tropas de resgate chegaram, atingiram um veículo blindado, matando os soldados.

Israel identificou um dos soldados mortos como Capitão Wassem Mahmoud, Vice-Comandante de Companhia do Batalhão de Engenharia. Os outros sete nomes ainda não foram divulgados.

Um “preço doloroso”, diz Netanyahu

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, lamentou as mortes pelo o que chamou de “preço doloroso” pago na defesa de Israel, em um discurso neste sábado (15).

“Apesar do custo pesado e surpreendente, temos de nos ater aos objetivos da guerra: destruir as capacidades militares e governamentais do Hamas, devolver todos os nossos raptados, garantir que Gaza não representará mais uma ameaça para Israel e devolver os nossos residentes em segurança para suas casas – tanto no norte como no sul”, disse Netanyahu.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, também reagiram ao episódio, dizendo que foi um dia “difícil” e “doloroso”.

“Oito dos nossos melhores filhos foram mortos em Rafah”, disse Katz numa publicação no X. “Embora conhecessem o preço, entraram corajosamente em Gaza para completar a missão de destruir o Hamas e libertar os reféns”, acrescentou.

Benny Gantz, que se demitiu do gabinete de guerra de Israel há poucos dias, descreveu os soldados que morreram como “os belos rostos do povo de Israel, os melhores entre nós”.

“O coração fica partido ao ouvir as duras notícias, nunca deixaremos de proteger o nosso país e a nossa sociedade”, acrescentou Gantz.

O incidente ocorre no momento em que Israel continua seu avanço na cidade de Rafah, no sul, onde há relatos de ataques aéreos e bombardeios de artilharia desde o amanhecer, no horário local.

Ahmed Radwan, oficial de mídia da Defesa Civil de Rafah, disse ter recebido apelos para recolher corpos e feridos, mas era difícil para as equipes de defesa civil acessar a área.

Alguns dos combates mais ferozes foram vistos em Tal al-Sultan.

O Hamas disse, na sexta-feira (14), que seus combatentes atacaram tanques israelenses na vizinhança com granadas de propulsão de foguetes e morteiros, enquanto as forças de Israel disseram que encontraram túneis entre casas vizinhas usadas por militantes como passagens.

Em outros lugares, pelo menos 14 pessoas foram mortas, incluindo sete crianças, em ataques israelenses no centro de Gaza, disse a Direção de Defesa Civil em Gaza.

No total, 30 pessoas morreram e 95 ficaram feridas na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Desde 7 de Outubro, 37.296 pessoas foram mortas e 85.197 ficaram feridas no bombardeamento da região por parte de Israel.