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Putin diz aceitar cessar-fogo com Ucrânia, mas quer discutir termos com 'EUA e parceiros'
Os dois países estão em guerra há três anos, desde fevereiro de 2022, mas a Rússia já havia tomado territórios ucranianos em 2014

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse na quinta (13/3) que o país concordou com um cessar-fogo na Ucrânia, mas que um acordo deve levar a uma "paz duradoura e remover as causas subjacentes desta crise".
Os dois países estão em guerra há três anos, desde fevereiro de 2022, mas a Rússia já havia tomado territórios ucranianos em 2014.
Em uma coletiva de imprensa ao lado do líder de Bielarus, Alexander Lukashenko, Putin afirmou que "seria bom" para a Ucrânia obter um cessar-fogo de 30 dias, que a Rússia é "a favor disso", mas que existem "nuances".
"Se cessarmos as hostilidades... o que isso significaria? Quem dará ordens para cessar as hostilidades?", afirmou Putin.
Ele questionou quem decidirá onde uma "violação do possível acordo de cessar-fogo" ocorreu ao longo de 2.000 km, possivelmente se referindo ao comprimento da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia.
"Todas essas questões precisam ser estudadas meticulosamente por ambos os lados", disse Putin, acrescentando que a ideia de um cessar-fogo é "boa e nós a apoiamos totalmente, mas há questões que precisamos discutir".
A coletiva, que teve presença na mídia russa autorizada pelo Kremlin, foi realizada após a ida do representante americano Steve Witkoff para Moscou justamente para negociar o assunto.
Anteriormente, o Kremlin disse que estava no estágio final da operação para expulsar a Ucrânia do território que tomou em Kursk.

Crédito,EPA
Reunião da Otan
O presidente americano, Donald Trump, se reúne nesta quinta com Mark Rutte, secretário-geral da aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
A reunião — com a presença de repórteres na Casa Branca — não está sendo exibida ao vivo.
Segundo os repórteres que acompanham o encontro, Trump afirmou que "as coisas estão indo bem na Rússia" em meio ao que ele chamou de "discussões muito sérias com Putin e outros".
"Espero que eles façam a coisa certa", acrescentou Trump, referindo-se à Rússia.
Trump também disse que "adoraria" se encontrar com Putin, mas que a questão teria que ser resolvida logo.
"A guerra na Ucrânia tem um custo enorme para os EUA e outros países", afirmou Trump.
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Para o editor de Rússia da BBC Monitoring, Vitaliy Shevchenko, a fala de Putin é um "não" disfarçado de "sim", e não há surpresas nessa postura.
"Putin apresentou condições que serão devastadoras para a Ucrânia", diz Shevchenko.
"Fim do fornecimento de armas, fim da mobilização, rendição em vez de retirada das tropas ucranianas na região de Kursk e, mais importante, a remoção das 'causas subjacentes desta crise'."
A história recente sugere que, para o presidente Putin, essas "causas subjacentes" incluem a própria existência da Ucrânia como um Estado soberano, livre para administrar sua própria política em casa e no exterior, afirma Shevchenko.