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Guerra na Ucrânia: expectativas pela paz são cautelosas na Europa
Os presidentes Trump e Putin vão falar por telefone nesta terça (18) sobre o conflito

Os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin vão conversar nesta terça-feira (18) por telefone sobre a guerra na Ucrânia. Na Europa, as expectativas pela paz são cautelosas.
Rússia e Estados Unidos confirmam oficialmente o telefonema de terça-feira (18). É o segundo entre os dois presidentes desde a posse de Trump, há quase dois meses. De acordo com o Kremlin, será um passo importante para reestabelecer as relações entre os dois países. O governo russo evitou dar detalhes da pauta. Já o presidente americano, Donald Trump, a bordo do avião Air Force One, na noite de domingo (16), declarou:
"Falaremos sobre terra, sobre usinas de energia e já estamos falando sobre dividir alguns ativos”.
Trump não entrou em detalhes, mas especialistas entenderam a declaração como uma referência à concessão pela Ucrânia dos territórios anexados ilegalmente pela Rússia, e da usina nuclear de Zaporíjia - a maior da Europa, atualmente ocupada por forças russas. Algo que o presidente da Ucrânia tem rejeitado repetidamente. O presidente americano se disse confiante:
"Queremos ver se conseguimos colocar um fim nessa guerra. Talvez a gente consiga, talvez não. Mas acho que temos uma chance muito boa”.
Só que todo esse otimismo não é partilhado pelos europeus. A chefe da diplomacia da União Europeia declarou que Vladimir Putin não quer a paz e ressaltou que as condições de cessar-fogo apresentadas pelo governo russo são os mesmos objetivos de guerra anunciados pelo país.
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Para financiar projetos de reconstrução e de estabilidade financeira na Ucrânia, o Conselho Europeu aprovou nesta segunda-feira (17) o repasse de mais de 3,5 bilhões de euros, totalizando quase 20 bilhões desde março de 2024.
O governo do Reino Unido declarou que a nova coalizão internacional - que deve traçar um plano de paz junto com a Ucrânia e dar suporte militar - já conta com o apoio de mais de 30 países. Essa nova aliança vem reunindo governos que compartilham uma visão comum sobre o conflito. É uma tentativa de dar mais agilidade às negociações, e se distanciar de alguns rachas internos que às vezes imobilizam instituições como a União Europeia e a Aliança Militar do Ocidente.
O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido afirmou que há outras "cartas na manga" caso a Rússia rejeite um cessar-fogo e que, na avaliação dele, ão há sinais" de que Putin vá concordar com a proposta.
Já a porta-voz do governo americano, na tarde desta segunda-feira (17), deu uma indicação contrária. Disse que "nunca estivemos tão perto da paz", e que o presidente Donald Trump "está determinado" para a conversa de terça-feira (18).