Polícia

Empresária, rica e bonita: quem é a farmacêutica presa em MG e que mandou matar advogado em Cuiabá

A relação de Roberto Zampieri com Maria Angélica começou em 2020, quando o advogado foi contratado para representá-la em casos relacionados à Fazenda Lago Azul, hoje conhecida como Fazenda Mineira

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM PC-MT/COM PC-MG/COM J1 AGORA 20/12/2023
Empresária, rica e bonita: quem é a farmacêutica presa em MG e que mandou matar advogado em Cuiabá
Maria Angélica foi presa no início da noite de quarta-feira, 20, na cidade de Patos de Minas(1.245,8 KM de Cuiabá) por Policiais Civis de Mato Grosso | Arquivo Pessoal

Rica, bonita, fazendeira e empresária e com diversos investimentos em aplicações financeiras. Essas são as atividades principais da farmacêutica, Maria Angélica Caixeta Gontijo, que mandou matar no início da noite do último dia 05 de dezembro, o advogado Roberto Zampieri, quando ele saía do seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.

Maria Angélica foi presa no início da noite de quarta-feira, 20, na cidade de Patos de Minas(1.245,8 KM de Cuiabá) por Policiais Civis de Mato Grosso conjuntamente com Policiais da Delegacia de Homicídios de Minas Gerais.

Também foi preso o atirador Antônio Gomes da Silva.

Ele foi preso em sua residência na cidade de Santa Luzia(1.585,6 KM de Cuiabá) região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais.

PC-MT
Atirador Antônio Gomes da Silva

Segundo a Polícia, Maria Amélia, tinha sido condenada, no último dia 29 de novembro, a pagar R$ 200 mil de indenização ao advogado e ao produtor rural Evelci de Rossi.


Conforme a queixa crime, a relação de Roberto Zampieri com Maria Angélica começou em 2020, quando o advogado foi contratado para representá-la em casos relacionados à Fazenda Lago Azul, hoje conhecida como Fazenda Mineira.

A propriedade, localizada em Ribeirão Cascalheira, pertencia aos pais da farmacêutica. Entre os serviços a serem prestados por Zampieri à empresária e seus pais, estavam a regularização do imóvel rural e sua venda. Vale lembrar que a fazenda não tinha nenhuma benfeitoria. “Ressaltando que a área em questão sempre foi uma área de varjão, similar a do Pantanal e sem qualquer benfeitoria. Inclusive, as invasões da área ocorreram justamente pela falta de cuidado e zelo da Querelada e seus Genitores e, que segundo estes, não o faziam por questão financeira”, diz a queixa crime.

Evalci de Rossi e Roberto Zampieri trataram de toda situação de venda da fazenda e o contrato foi fechado com anuência da Maria Angélica e seus pais.

Desta forma, segundo a representação, estaria encerrando-se a relação entre Zampieri e sua algoz. Mesmo com a venda da fazenda, a representação indica que Maria Angélica frequentava o local com anuência no novo proprietário, já que toda negociação ocorreu de forma pacífica.

Porém, como houve tentativa de invasão à propriedade, Zampieri chegou a acionar o invasor na Justiça, patrocinando ação em nome de Maria Angélica e seus pais, já que toda documentação da fazenda ainda não estaria em nome de Evelci. Foi aí que começou a briga entre ambos.

Com a ação, Maria Angélica notificou Evelci sobre o desfazimento da venda da fazenda e rescindiu o contrato com Zampieri, que acabou no lado oposto à ex-cliente. “Em resposta, os Querelantes encaminharam contranotificações a mesma e percebendo que ânimos entre as partes não estavam mais pacíficos, entendeu por apartar a relação com a mesma, ainda, como a Querelada havia dissolvido a relação contratual com o Dr. Roberto, Evelci o contratou para promover a defesa de seus interesses em prol do referido imóvel”.

A partir daí, Maria Angélica declarou "guerra" a Roberto Zampieri e Evelci. “Convém ressaltar que em tais trechos a Querelada, mediante seu patrono passou a argumentar que (1) o Querelante/ Roberto – traiu seus interesses no âmbito profissional, (2) que o Querelante/Evelci falsificou sua assinatura, obteve sua falsa anuência, e que se trata de estelionatário”, afirma.

A queixa-crime aponta diversas ofensas e acusações contra Zampieri e Evelci. Entre elas, de que o advogado estaria envolvido em venda de sentenças e outras fraudes. “Ainda, se já não bastasse tais alegações, a Querelada, com intuito de fazer valer tais arguições entendeu por registrar boletins de ocorrência justificando que os Querelantes estão ameaçando a mesma, todavia INEXISTE A PRÁTICA DE TAIS COMPORTAMENTOS POR ESTES, incorrendo tais atos em novo crime”.

Zampieri e Evelci demonstraram na queixa-crime que foram alvos de diversos boletins de ocorrência por parte da mandante do assassinato.

Sem provas, ela desapareceu de Ribeirão Cascalheira e registrou acusações na delegacia de Sinop. “Desse modo, é patente a intenção/dolo da Requerida em imputar, falsamente, a prática de crimes pelos Requeridos, bem como ofender a honra objetiva e subjetiva deste perante a sociedade, desse modo, a sua condenação é devida”, assinala a queixa-crime.

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Advogado Roberto Zampieri

Na sequência, a defesa do advogado e do produtor pede R$ 200 mil - R$ 100 mil para cada - por conta dos crimes de calúnia, injúria e difamação promovidos pela empresária.

O advogado foi morto no início da noite do último dia 05 de dezembro, quando ele saía do seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.

O assassino se aproximou do veículo do advogado, um Fiat Toro branco, e disparou pelo menos 10 tiros ‘a queima roupa’, antes de fugir.