Polícia

Coronel do Exército que financiou morte de advogado chega em Cuiabá e é levado preso para o 44º Batalhão de Infantaria Motorizada(antigo 16º BC)

A transferência do coronel para o Batalhão é em função da patente de oficial ele que ocupou no Exército, mas ele deve ser pronunciado pelo Ministério Público e ser julgado pelo Tribunal do Júri Civil

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM PC-MT/COM O ESTADO DE MINAS 17/01/2024
Coronel do Exército que financiou morte de advogado chega em Cuiabá e é levado preso para o 44º Batalhão de Infantaria Motorizada(antigo 16º BC)
O coronel da reserva do Exército Brasileiro, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, de 68 anos, chegou em Cuiabá na tarde de quarta-feira, 17, e foi levado preso para o 44º Batalhão de Infantaria Motoriza | Divulgação

O coronel da reserva do Exército Brasileiro, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, de 68 anos, chegou em Cuiabá na tarde de quarta-feira, 17, e foi levado preso para o 44º Batalhão de Infantaria Motorizado(antigo 16º BC), no bairro Goiabeiras.

A transferência do coronel para o Batalhão é em função da patente de oficial ele que ocupou no Exército, mas ele deve ser pronunciado pelo Ministério Público e ser julgado pelo Tribunal do Júri Civil.

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Coronel no momento em que chegou preso em Cuiabá

Ele foi preso na manhã de segunda-feira,15, em Belo Horizonte, pela Polícia Civil de Mato Grosso cumprindo determinação do juiz o Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), João Bosco Soares da Silva, que ordenou a prisão do coronel.

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Juiz João Bosco detreminou a prisão do coronel

Ele chegou algemado com mais um outro homem que também estaria envolvido na morte do advogado Roberto Zampieri, de 56, a tiros, ocorrido em 5 de dezembro do ano passado, em Cuiabá, em frente ao seu escritório localizado no Bairro Bosque da Saúde.

A vítima estava dentro de uma picape Fiat Toro quando foi surpreendida pelo executor.

O coronel teria financiado o assassinato do advogado. Apontado pelas autoridades como quarto envolvido no homicídio, Caçadini foi nomeado em janeiro de 2019 para comandar a Subsecretaria de Integração de Segurança Pública do Governo de Minas.

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Coronel teria financiado a execução do advogado

Em setembro do mesmo ano, o coronel pediu exoneração e atualmente atua como diretor em duas empresas especializadas em treinamentos no setor de segurança.

Em 2022, a Câmara Municipal de Belo Horizonte concedeu a ele o “Título de Cidadania Honorária”.

O mandado de prisão foi cumprido com apoio do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil mineira – local para onde o militar da reserva foi conduzido.

A mulher apontada nas investigações como a mandante do homicídio, Maria Angélica Caixeta Gontijo, foi presa em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, em 20 de dezembro, e teve três armas e o passaporte apreendidos.

Na delegacia, ela negou que tivesse encomendado o assassinato.

O executor do crime, Antônio Gomes da Silva, foi capturado no mesmo dia em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Hedilerson Martins Barbosa, provável intermediador, responsável por contratar o serviço e entregar a arma de fogo ao executor, foi localizado e preso em 22 de dezembro.

No dia seguinte, os três foram transferidos para Cuiabá.

Motivação

Maria Angélica teria dado ordens para a execução de Roberto Zampieri depois de perder em disputa judicial uma propriedade rural de aproximadamente 20 mil hectares em Ribeirão Cascalheira (MT).

O advogado assassinado representava os interesses da parte contrária, que venceu a ação. “As investigações da Delegacia de Homicídios de Cuiabá apontaram que, após contratar o executor pelo valor de R$ 40 mil, o intermediário despachou uma pistola calibre 9 mm, registrada em seu nome, para Cuiabá, no dia 5 de dezembro, a mesma data em que ocorreu o crime.

O encontro entre o intermediador e o executor para entrega da arma ocorreu em um hotel, onde os dois ficaram hospedados na capital mato-grossense”, explicou a Polícia Civil em comunicado.

A defesa de Etevaldo recorreu ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso buscando a redução da prisão temporária de 30 para 5 dias, além de solicitar que ele permanecesse detido em Minas Gerais.

Ao analisar o recurso, o juiz João Bosco negou a solicitação, argumentando que o prazo de 5 dias de prisão temporária é aplicável apenas a crimes não considerados hediondos, enquanto 30 dias são pertinentes nesse caso específico.