Polícia

Coordenadores do DSEI-Cuiabá, alvos de operação da PF, foram indicados pela bancada do PT na ALMT

Os coordenadores do Dsei-Cuiabá foram indicados pelos deputados estaduais Lúdio Cabral e Valdir Barranco

DA REPORTAGEM 23/07/2025
Coordenadores do DSEI-Cuiabá, alvos de operação da PF, foram indicados pela bancada do PT na ALMT
A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso foi responsável pela indicação de coordenador do Dsei-Cuiabá | Arquivo Página 12

A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso — composta pelos deputados estaduais Lúdio Cabral e Valdir Barranco — foi responsável pela indicação de coordenadores do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI-Cuiabá), alvo de operação da Polícia Federal, deflagrada na quarta-feira (23), por suspeita de desvio milionário.

A Operação Portare, realizada pela PF em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e de busca pessoal nas cidades de Cuiabá/MT, Várzea Grande/MT, Rondonópolis/MT, Brasília/DF, Rio de Janeiro/RJ, Boa Vista/RR e Campo Grande/MS. As ordens foram expedidas pela 7ª Vara Federal de Mato Grosso.

As investigações tiveram início após denúncias anônimas apontarem a inexecução contratual e indícios de superfaturamento no contrato emergencial de fornecimento de veículos ao DSEI-Cuiabá, celebrado entre 2023 e 2024. Há também suspeitas de favorecimento à empresa contratada, além de fraudes e acertos prévios entre agentes públicos e particulares.

O prejuízo estimado ao erário é de R$ 1,3 milhão, envolvendo ainda o pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos.

A Polícia Federal identificou que servidores do DSEI-Cuiabá recebiam propina para beneficiar empresas em processos de contratação pública. Uma licitação homologada em 2025, no valor de R$ 25 milhões, também entrou no radar da PF, que identificou novas irregularidades: violação de sigilo funcional, preços inexequíveis, entrega parcial de veículos e suspeitas de pagamento de propinas.

Além dos mandados, a Justiça Federal determinou o sequestro de bens no valor de aproximadamente R$ 20 milhões de 10 investigados. Dois servidores públicos foram afastados de suas funções.

Segundo a PF, os crimes investigados incluem peculato, contratação direta ilegal, fraude na execução contratual, frustração ao caráter competitivo da licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro.