A Polícia Civil prendeu Reyvan da Silva Carvalho, de 30 anos, apontado como estuprador e assassino em série, responsável por uma sequência de crimes violentos contra mulheres em Cuiabá desde 2020.

O suspeito foi capturado na tarde de sexta-feira (29), dentro do campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde a polícia acredita que ele estava à procura de uma nova vítima.

A ordem de prisão temporária foi expedida pela Justiça após a coleta de provas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

Exames de DNA realizados pela Politec confirmaram que Reyvan é o mesmo autor de pelo menos três crimes anteriores:

27/12/2020 – feminicídio e estupro contra Marinalva Soraes da Silva, 39 anos, no bairro Parque Ohara;

2021 – estupro cometido no bairro Tijucal;

2022 – estupro ocorrido no bairro Jardim Leblon.

O mais recente foi o caso de Solange Aparecida Sobrinho, 52 anos, encontrada morta em julho deste ano em uma área desativada da Associação Atlética Master, dentro da UFMT. Laudos apontaram violência sexual e sinais de estrangulamento.

Segundo os investigadores, Reyvan agia sozinho, armado com faca, e escolhia mulheres vulneráveis, incluindo grávidas. Ele já tinha diversas passagens criminais por estupro desde 2016.

Câmeras de segurança registraram Solange caminhando pelo campus em 23 de julho. No dia seguinte, ela foi encontrada sem vida em uma área isolada da universidade.

A vítima tinha diagnóstico de esquizofrenia e, de acordo com familiares, frequentava aulas tanto na UFMT quanto na Univag, mas não estava matriculada em nenhuma das instituições.

No local do crime, além do corpo, foi encontrada uma bituca de cigarro com DNA do suspeito. O material, somado às amostras coletadas da vítima, confirmou a autoria de Reyvan.

O suspeito foi surpreendido dentro da UFMT. Segundo os policiais, no momento da prisão ele chorava, mas seu histórico revela frieza e crueldade. Após ser interrogado, Reyvan foi encaminhado para audiência de custódia e está à disposição da Justiça.

A prisão ocorre em meio a um cenário alarmante. Só em 2025, 37 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso, número que reforça a escalada da violência contra mulheres no estado.

Para a polícia, a captura de Reyvan representa um avanço, mas também expõe a vulnerabilidade das mulheres diante da falta de políticas públicas eficazes de proteção.