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Operação Rede de Mentiras: Polícia Civil prende Jonathan Rosa Vieira Bispo, chefe da pirâmide que deu golpe milionário de R$ 21 milhões

Golpista ostentava nas redes sociais, prometia lucros de até 7% ao mês e deixou mais de mil vítimas no Brasil e até no exterior sem um centavo

DA REPORTAGEM 19/09/2025
Operação Rede de Mentiras: Polícia Civil prende Jonathan Rosa Vieira Bispo, chefe da pirâmide que deu golpe milionário de R$ 21 milhões
As apurações apontaram que o esquema movimentou milhões de reais por meio de propagandas em redes sociais e transmissões ao vivo no YouTube, no canal “Treta Trader”, para captar vítimas | PC-MT

A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu preventivamente Jonathan Rosa Vieira Bispo, 42 anos, apontado como chefe de uma pirâmide financeira que movimentou mais de R$ 21 milhões em prejuízos e enganou milhares de investidores no Brasil e até em outros países. A prisão ocorreu no âmbito da Operação Rede de Mentiras, deflagrada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon).

Jonathan e seus comparsas usavam empresas de fachada — Metaverso Soluções Digitais Ltda., Multiverso Digital Ltda. e Bispo Investments Ltda. — para atrair vítimas com promessas de lucros mensais de até 7% garantidos e suposta “segurança financeira”. Na prática, era um clássico esquema de pirâmide: novos aportes eram usados para pagar os investidores antigos até que o sistema entrou em colapso.

As investigações apontam que mais de 1.054 vítimas foram identificadas apenas em Minas Gerais, com prejuízos de R$ 21.107.970,39. Há registros de lesados também em São Paulo, Mato Grosso e até nos Estados Unidos e Japão.

O grupo criminoso fazia transmissões ao vivo no YouTube, no canal “Treta Trader”, e usava as redes sociais para ostentar riqueza, seduzindo investidores com a ilusão do lucro fácil.

Além disso, segundo relatos, Jonathan intimidava pessoas que cobravam seus investimentos, afirmando estar armado e disposto a usar a arma. A Justiça já determinou a suspensão do registro desse armamento.

Diversas vítimas relataram que perderam economias de toda uma vida. Algumas famílias chegaram a vender bens para investir nas falsas promessas de enriquecimento. Os aportes variaram de alguns milhares até centenas de milhares de reais.

“Essas pessoas serão ouvidas, os documentos e provas anexados à investigação, e a partir daí poderemos representar por novas medidas judiciais ou concluir o inquérito com indiciamento de novos suspeitos”, afirmou o delegado Rogério Ferreira, titular da Decon.

A Polícia Civil orienta que os prejudicados:

  • Registrem boletim de ocorrência em qualquer delegacia do estado;
  • Ou compareçam à Delegacia do Consumidor, em Cuiabá (Rua General Otávio Neves, nº 69, atrás do Shopping Goiabeiras).

Também é possível enviar relato para o e-mail [email protected], informando valores investidos, nomes dos envolvidos, comprovantes de transferências e se deseja representar criminalmente contra os suspeitos.