Polícia

Assassinos afirmam ter matado para ‘entregar sangue’ a entidade e ficar ricos em MT

Polícia descarta versão inicial de tentativa de beijo e investiga ritual macabro ligado a ‘pacto da riqueza’ em Tesouro. Dupla foi presa em flagrante com roupas lavadas e vela usada em ritual

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM PC-MT 24/10/2025
Assassinos afirmam ter matado para ‘entregar sangue’ a entidade e ficar ricos em MT
Os dois suspeitos foram autuados em flagrante e estão na Delegacia de Guiratinga, à disposição da Justiça | PC-MT

A Polícia Civil de Mato Grosso apura se o assassinato de João Victor Nascimento Alves Moreira, 31 anos, cometido na madrugada de quinta-feira (23), em Tesouro (379 km de Cuiabá), foi motivado por um suposto ritual de sacrifício humano para cumprir um “pacto da riqueza”.

Dois suspeitos — Rodrigo Junio Martins Prusch, 22, e Rafael Domingos de Souza, 19 — estão presos. Ambos confessaram envolvimento no crime, mas deram versões diferentes que ligam o homicídio ao consumo de álcool e suposto fanatismo espiritual.

Rafael alegou aos investigadores ter incorporado uma entidade espiritual que exigia “sangue de sacrifício” em troca de prosperidade financeira:

“A entidade pediu sangue para o pacto da riqueza.”

Segundo seu depoimento, ele teria acendido uma vela diante do bar para a entidade, antes de sair na companhia de Rodrigo e da vítima para a casa do primeiro suspeito.

No local, João foi esfaqueado no pescoço. Mesmo gravemente ferido, tentou correr, mas caiu em uma rua próxima, onde foi atacado novamente.

A vítima morreu a poucos metros de uma encruzilhada, local onde seria deixada como “oferta”.

Inicialmente, Rodrigo disse que matou o rapaz porque ele tentou beijá-lo após beberem juntos em dois bares da cidade. Essa versão foi descartada pela polícia após: análise de vídeo que mostra os três juntos saindo do bar; contradições nos depoimentos e achados de resíduos de vela exatamente onde Rafael descreveu o ritual

A polícia aponta motivação ligada ao ritual macabro, e não a uma discussão por assédio.

Durante as diligências, os investigadores localizaram: parafina de vela no bar, arma do crime e celular da vítima em matagal, roupas lavadas usadas pelos suspeitos, entregues pela mãe de Rafael, sinais de arrasto do corpo até a encruzilhada e furto de dinheiro da vítima

Tudo já foi encaminhado para perícia oficial.

Os dois suspeitos foram autuados em flagrante e estão na Delegacia de Guiratinga, à disposição da Justiça.
A Polícia Civil segue investigando se há outras pessoas envolvidas, orientação de seita virtual ou planejamento prévio.