Política
Bolsonaro: “Incêndios existem em todo o mundo. Não podem ser pretexto para sanções internacionais”
25/08/2019
Defesa nas embaixadas
Diante da repercussão internacional das queimadas, que já devastaram mais de 20.000 hectares de vegetação na Amazônia e Pantanal, o Planalto também enviou um documento a 200 embaixadas brasileiras ao redor do mundo com orientações para que defendam as políticas do Governo para a Amazônia. No documento, há destaque para o Fundo Amazônia, financiamento majoritariamente realizado pela Noruega e Alemanha —e a que ambos países cancelaram as ajudas—. O fundo tornou-se alvo de críticas do presidente, que o considera um "mecanismo que se mostrou ineficaz para controlar o desmatamento". Além disso, a comunicação do Planalto fez circular para a imprensa um documento intitulado "9 fatos sobre incêndios na Amazônia". Ao longo de uma página, o Governo afirma que incêndios florestais ocorrem no Brasil "todo ano" e que está atuando para conter os focos de queimadas. Além disso, afirma que o Brasil é referência mundial no combate terrestre aos incêndios florestais e que mais de 2.000 brigadistas estão atuando e à disposição dos Governos estaduais, "contingente acima da média dos anos anteriores". No final, afirma que os incêndios que ocorrem agora "não estão fora de controle". A narrativa desta noite é diferente da adotada pelo presidente até então. Na quarta-feira, o presidente afirmou, sem apresentar provas, que Organizações Não Governamentais poderiam estar por trás dos incêndios. “Pode haver –não estou afirmando– uma ação criminosa dessas ONGs para chamar a atenção precisamente contra mim, contra o Governo do Brasil. Esta é a guerra que enfrentamos. Faremos todo o possível e impossível conter o fogo criminoso”, disse à imprensa. O presidente defendeu, durante o pronunciamento, que "em anos mais quentes como este de 2019, as queimadas ocorrem com mais frequência". E usando do argumento no qual tem batido desde o início —de que há informações "falsas" vindas de instituições renomadas como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)— atacou informações que classificou como "infundadas" a respeito das queimadas dos últimos dias: "É preciso, por outro lado, ter celeridade. Espalhar dados e mensagens infundadas dentro e fora do Brasil não contribuem".Mais lidas
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