Política

“Para Mato Grosso embargo ao agronegócio brasileiro será uma catástrofe”, afirma Mauro Mendes

26/08/2019
“Para que possamos dar uma blindagem ao nosso país, porque se acontecer um embargo ao agronegócio brasileiro, como chegou a ser ventilado na semana passada, isso será muito ruim para a balança comercial e consequentemente para o Brasil, e será uma catástrofe para o Estado de Mato Grosso”. A afirmação é do governador de Mato Grosso Mauro Mendes (DEM) ao ser questionado sobre uma possível retaliação por parte do mercado internacional com os produtos do agronegócio, caso continue as queimadas e o desmatamento na amazônia legal.   Segundo ele, o país está em meio de um grande incêndio internacional e houve uma desproporcionalidade nas reações na mídia interna e externa, “as mídias sociais são importantes, mas acabam proliferando uma realidade que, às vezes, não é verdadeira. E isso é muito ruim para a imagem do nosso país, sobretudo para o agronegócio brasileiro. E falo isso porque o nosso Estado é o maior protagonista no cenário brasileiro, como o maior produtor de commodities agrícola”, afirmou.   Ele destacou também a importância do agronegócio brasileiro, que foi o grande responsável pelo salto da balança comercial do Brasil nas últimas décadas. Por isso, segundo o governador, é de extrema importância respeitar os acordos internacionais e proteger o meio ambiente. “O agronegócio brasileiro talvez seja hoje o setor que é o mais competitivo em nível mundial. Nas relações comerciais o meio ambiente passou a ser o tema principal, então não adianta crescer a nossa produção se não fizermos isso em consonância com essas regras e com aquilo que deseja o mundo. Todos nós brasileiros também temos a nossa consciência ambiental e acima de tudo queremos preservar a natureza. No agronegócio, e posso falar pelo meu estado, a grande maioria dos produtores tem a absoluta convicção da importância que tem a sustentabilidade e de crescer com tecnologia e não desmatando qualquer área”, ponderou.   Sobre as queimadas ele disse ainda que não há nenhum incêndio de grandes proporções no estado. E o único registrado já foi contido e ocorreu na Serra Ricardo Franco , tendo sido controlado pelo Corpo de Bombeiros. “Temos uma radiografia feita ontem, 25, pelo Corpo de Bombeiros que a nossa situação está controlada e existe uma atuação muito forte da corporação, mas, principalmente, em parceira com produtores rurais que sabem o quanto esse problema ambiental das queimadas em nosso Estado e no Brasil é relevante. Por isso, muita gente está ajudando e colaborando nesse sentido”, destacou.   De acordo com os dados oficiais, a maior parte dos incêndios ocorre na zona rural, próximo as grandes cidades do Estado e também em pequenas propriedades rurais.  “Nós aderimos a esse programa do governo federal, de forma preventiva, para que com mais apoio humano e financeiro, possamos ser mais rápidos e eficientes no combate de qualquer assunto ligado ao meio ambiente. Para que possamos dar uma blindagem ao nosso país, porque se acontecer um embargo ao agronegócio brasileiro, como chegou a ser ventilado na semana passada, isso será muito ruim para a balança comercial e consequentemente para o Brasil, e será uma catástrofe para o Estado de Mato Grosso”, defendeu.   Outro ponto abordado pelo governador foi referente ao sistema de monitoramento que é utilizado pelo Estado para combater o desmatamento, em uma parceira com organismos internacionais. Além disso, ele frisou a redução do desmatamento no Estado, em comparação com o ano anterior. “O desmatamento em Mato Grosso - embora na Amazônia como um todo cresceu - em um ano, comparado com o mesmo período, reduziu 17%. Agora, nós estamos fazendo um trabalho, que entrou em funcionamento há 15 dias, que é capaz de detectar em tempo real, que se um cidadão começar a desmatar hoje, amanhã nós já conseguimos pegar. É um sistema de imagem do conjunto de satélite Planet, que libera imagens todos os dias da terra. Nós compramos [via parceria com os organismos internacionais] essas imagens e o sistema cruza os dados do dia anterior com o dia subsequente e o desmatamento de meio hectare é detectado”, disse.   Ele ainda informou que “esta semana estamos com várias operações, com nosso batalhão ambiental, em parceria com o Ibama, a Polícia Militar e nós já estamos indo nessas propriedades que foram detectadas na semana anterior. Nós já estamos indo para fazer embargos e paralisamos as atividades”. “A lei é muito clara e ela estabelece penalidades quando é constatado que o crime foi feito de maneira proposital e intencional. Nós estamos nesse momento focados muito em combater o problema. Como nós temos as imagens de satélites tiradas dia a dia, quando for possível identificar nós iremos punir de acordo com a lei”.