Política
Aras nega alinhamento com Bolsonaro em reunião com senadores
"Ele não colocou nenhum alinhamento com o presidente da República", disse Alencar a jornalistas após a reunião. "O senador Oriovisto (Guimarães, Podemos-PR), colocou essa questão. Ele respondeu à altura, o próprio Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) estava presente, de que a indicação do presidente não vai dar nenhuma conotação de que ele vai seguir aquilo que o presidente deseja", acrescentou Alencar.
A indicação de Aras foi formalizada por Bolsonaro na última quinta-feira. O presidente chegou a afirmar que, pela importância, o posto seria a "rainha" do seu governo.
Em diversos momentos Bolsonaro sugeriu que procurava escolher alguém que tivesse um alinhamento com as diretrizes do governo, mas após anunciar o nome de Aras o presidente disse que, uma vez aprovado pelo Senado, o novo PGR não devia mais satisfação a ele, e sim à sociedade.
Para assumir o cargo, Aras precisa ser submetido a uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, e depois, a uma votação no plenário do Senado. As reuniões entre indicados e senadores individualmente é praxe na Casa, mas a realizada nesta terça-feira, mais ampla, é menos comum.
Na segunda-feira, Aras se reuniu com a atual procuradora-geral, Raquel Dodge, cujo mandato se encerra no dia 17.
O senador Roberto Rocha (PSDB-MA), afirmou que Aras aproveitou o encontro com líderes para conversar com outros senadores e afirmou que a intenção, na Casa, é votar a indicação "o quanto antes".
"É absolutamente natural, a gente está tendo uma conversa coletiva. É natural os indicados irem a cada um dos gabinetes. Ele está tendo uma prática, que se inovadora, merece um aplauso", afirmou o senador.
Ao sair da reunião, Aras evitou responder perguntas dos jornalistas, mas afirmou que as conversas têm sido "proveitosas".
"Neste momento eu estou com as minhas ideias, as minhas posições, sendo observadas e decididas e apreciadas pelo Senado Federal", disse.
"Aqui eu me encontro, à espera da minha sabatina. E estarei sendo julgado pelo Senado Federal", afirmou, para justificar porque não responderia aos questionamentos da imprensa.