Política
As críticas feitas pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, à atuação de procuradores da Operação Lava Jato levaram integrantes de diferentes áreas do Ministério Público a começarem a discutir a formação de uma "frente ampla" para combater publicamente o discurso de Aras.
A frente ampla teria como mote principal a crítica de que Aras estaria atacando não só a Lava Jato, mas a autonomia funcional, que é uma prerrogativa de todo procurador da República. Segundo procuradores ouvidos pela CNN, a categoria está chocada com a atitude do procurador-geral.
A crise dentro do Ministério Público se amplia no momento em que o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) colocou na pauta de sua próxima sessão, no dia 18, processo que pede o afastamento de Deltan Dallagnol da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Aras preside o conselho.
Na terça-feira (28), em live com advogados do grupo Prerrogativas -- que é crítico à Lava Jato --, Aras afirmou que é hora de "corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure".
Em crítica direta à força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador-geral disse que os procuradores da capital paranaense têm dados de 38 mil pessoas, "que ninguém sabe como foram escolhidos".
"Não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos, com caixas de segredos”, declarou Aras.