O que está acontecendo com o DEM de Mato Grosso? O partido que tem homens fortes na política por mais de trinta anos é hoje uma agremiação que está dando claros sinais que tem medo.
É certo que nem todos os partidos nascem iguais, mas, a agremiação estadual já não é mais aquela.
Pelo menos no Estado isso não acontece.
Um exemplo disso é a candidatura para o Senado, que até poucos meses atrás era imbatível, vai deixar de lado o embate – que todos esperavam – para ser coadjuvante na candidatura ao Senado no próximo dia 15 de novembro deste ano.
Sem norte e sem referencial o partido capenga e passa a ser mais um protagonista no processo eleitoral e que poderia ter dois senadores, além de Jayme Campos que já exerce o mandato, o seu irmão Júlio Campos, ambos líderes da agremiação.
Na legenda, além de Júlio, ainda tinha o ex-senador Cidinho Santos.
Ambos foram alijados do processo.
No plano estratégico do partido, a saída será apoiar a candidatura do tucano Nilson Leitão, que amargou uma quinta colocação nas últimas eleições ao Senado e não é tão conhecido na baixada cuiabana, considerada como um referencial político com relação às outras regiões do estado.
Na eleição para o Senado passado, e que teve duas vagas na disputa, os Democratas ainda tiveram fôlego para sagrarem vitoriosos em algumas cidades importantes para o Estado.
Mas, ao deixar a disputa nessas eleições suplementares, o otimismo dos Democratas sumiu. Sem rumo e sem nomes, a agremiação vive momento trágico e deve amargar dividendos políticos negativos, no futuro.
O certo que o partido vai rachado para as eleições. O grupo do governador Mauro Mendes já decidiu que marchará com a candidatura de Carlos Fávaro(PSD) e eles garantem que não haverá ‘liga’ com a candidatura do tucano Nilson Leitão.
Com as cartas da campanha ao Senado de Mato Grosso lançadas, o imbróglio interno no DEM vai ter desdobramento entre o grupo dos irmãos Campos e do governador Mauro Mendes.
E motivo para isso não faltará.
Primeiro que tanto Jayme quanto Júlio já ‘selaram’ apoio irrestrito para Leitão. E para Júlio não há mais fôlego para continuar na luta.
Segundo, por causa da articulação feita pela direção nacional do PSDB que precisa de mais senadores na sua bancada, para pleitear uma possível disputa para o Palácio do Planalto.
Nesse contexto o candidato do PDS, Carlos Fávaro está em uma situação mais confortável que o tucano. Tanto um como outro não comungam com a mesma equipe de trabalho.
Mas, a atenção maior é com a projeção da candidatura de Fávaro que exerce o mandato de senador. Fato que não é o mesmo pelas bandas de Leitão.
Ainda que sua candidatura não tenha sido assumida com afinco pelos principais líderes, a dúvida é sobre como ele deve sair do processo eleitoral, ainda é latente em qualquer roda de discussão.
Mas, a crise está instalada no ‘seio’ do DEM e os dois grupos(Jayme e Júlio e do governador Mauro Mendes) marcharão por caminhos diferentes na candidatura ao Senado deste ano em Mato Grosso.