Política
Comandante da Marinha diz que é preciso individualizar condutas e que delação de Cid repercutiu dentro das Forças
Almirante Marcos Sampaio Olsen afirmou à CNN que informações precisam ser plenamente esclarecidas e rejeitou conduta política de militares
As informações sobre a colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que sugerem uma validação do almirante Almir Garnier, ex-chefe da Marinha, para um golpe de Estado não repercutiram bem na cúpula da instituição.
Relatos feitos à CNN indicam perplexidade de militares com as informações reproduzidas na imprensa.
Bolsonaro e a reunião sobre golpe com militares
O almirante Marcos Sampaio Olsen, que substituiu Garnier como comandante da Marinha, defendeu a individualização das condutas, para afastar suspeitas sobre a instituição.
“Naturalmente, [o caso] repercute na Força, mas é preciso entendimento de individualizar as condutas. Ainda que implique a Força, [o caso] afasta, em alguma medida, o manto de suspeição sobre a instituição”, pontuou.
“Na medida em que sejam responsabilizados os agentes individualizados, preserva os que não corroboraram [com a ideia de um golpe]”, adicionou.
Almir Garnier já havia se envolvido em polêmicas antes. Ele não participou da transmissão de comando na Marinha, apesar de conhecer Olsen há mais de 40 anos.
Em discurso enviado para a ocasião, ele não citou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apenas o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
Olsen disse ainda que é preciso afastar posicionamentos políticos de agentes da instituição. “Uma coisa é a relação profissional, dentro das competências da Marinha, outra coisa são envolvimentos dentro da conjuntura interna”, destacou.