Política

Eduardo Bolsonaro trata com EUA de sanções a Moraes e Gonet

Deputado licenciado teve reuniões no Departamento de Estado americano, segundo aliados do parlamentar

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 15/07/2025
Eduardo Bolsonaro trata com EUA de sanções a Moraes e Gonet
O encontro de Eduardo Bolsonaro no Departamento de Estado ocorreu no mesmo dia em que o governo federal e o governo de São Paulo promoveram reuniões com o setor privado | Revista Veja

Aliados do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) relataram a CNN que o parlamentar teve reuniões nesta terça-feira (15), no Departamento de Estado em Washington, para tratar de sanções ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e ao procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Outro tema tratado foi para que as próximas manifestações de autoridades americanas não tragam só o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos aliados, mas citem o que consideram outras violações de forma abrangente, inclusive casos mais paradigmáticos dos presos do 8 de janeiro.

O encontro de Eduardo Bolsonaro no Departamento de Estado ocorreu no mesmo dia em que o governo federal e o governo de São Paulo promoveram reuniões com o setor privado para tratar de estratégias diante do tarifaço de 50% às exportações brasileiras, anunciado na semana passada pelo presidente do EUA, Donald Trump.

O deputado tem dito que a única possibilidade de que uma revisão dessas medidas ocorra é se houver anistia aos investigados pela trama golpista, algo que não entrou na mesa de debates em Brasília e em São Paulo nesta terça-feira.

Lei Magnitsky

No entorno do parlamentar, a aposta é de que tanto Moraes quanto Gonet sejam alvo de sanções até agosto por parte do governo americano nos termos da Lei Magnitsky.

CNN havia revelado em maio que Gonet entrara no alvo das articulações bolsonaristas para ser sancionado.

Sancionada por Barack Obama em 2012, a lei leva o nome do advogado russo Sergei Magnitsky, morto em uma prisão na Rússia no ano de 2009.

Desde 2016, ela é aplicada mundialmente a quem for considerado, pelos Estados Unidos, violador dos direitos humanos em qualquer lugar do mundo.

Um dos punidos foi o ex-presidente da corte eleitoral da Nicarágua, Roberto José Rivas Reyes. O site oficial que trata do histórico da lei o caracteriza como um "controlador-geral da Nicarágua", "acima da lei", e que "cometeu fraude eleitoral que minou as instituições eleitorais daquele país".

Dentre as possíveis punições estão: congelamento de ativos e contas bancárias nos Estados Unidos, restrições de visto de entrada no país ao infrator, assessores e familiares, e restrições financeiras a empresas ligadas ao mesmo.

Procurados, o STF e a PGR não se manifestaram.