Política
Eduardo Bolsonaro trata com EUA de sanções a Moraes e Gonet
Deputado licenciado teve reuniões no Departamento de Estado americano, segundo aliados do parlamentar

Aliados do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) relataram a CNN que o parlamentar teve reuniões nesta terça-feira (15), no Departamento de Estado em Washington, para tratar de sanções ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e ao procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Outro tema tratado foi para que as próximas manifestações de autoridades americanas não tragam só o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos aliados, mas citem o que consideram outras violações de forma abrangente, inclusive casos mais paradigmáticos dos presos do 8 de janeiro.
O encontro de Eduardo Bolsonaro no Departamento de Estado ocorreu no mesmo dia em que o governo federal e o governo de São Paulo promoveram reuniões com o setor privado para tratar de estratégias diante do tarifaço de 50% às exportações brasileiras, anunciado na semana passada pelo presidente do EUA, Donald Trump.
O deputado tem dito que a única possibilidade de que uma revisão dessas medidas ocorra é se houver anistia aos investigados pela trama golpista, algo que não entrou na mesa de debates em Brasília e em São Paulo nesta terça-feira.
Lei Magnitsky
No entorno do parlamentar, a aposta é de que tanto Moraes quanto Gonet sejam alvo de sanções até agosto por parte do governo americano nos termos da Lei Magnitsky.
A CNN havia revelado em maio que Gonet entrara no alvo das articulações bolsonaristas para ser sancionado.
Sancionada por Barack Obama em 2012, a lei leva o nome do advogado russo Sergei Magnitsky, morto em uma prisão na Rússia no ano de 2009.
Desde 2016, ela é aplicada mundialmente a quem for considerado, pelos Estados Unidos, violador dos direitos humanos em qualquer lugar do mundo.
Um dos punidos foi o ex-presidente da corte eleitoral da Nicarágua, Roberto José Rivas Reyes. O site oficial que trata do histórico da lei o caracteriza como um "controlador-geral da Nicarágua", "acima da lei", e que "cometeu fraude eleitoral que minou as instituições eleitorais daquele país".
Dentre as possíveis punições estão: congelamento de ativos e contas bancárias nos Estados Unidos, restrições de visto de entrada no país ao infrator, assessores e familiares, e restrições financeiras a empresas ligadas ao mesmo.
Procurados, o STF e a PGR não se manifestaram.