O que está acontecendo com o governador Mauro Mendes, e o seu partido, o DEM?
O partido que já teve homens fortes na política por longos anos é hoje uma agremiação que está dando claros sinais da discórdia, da traição e do fracasso.
É certo que nem todos os partidos nascem iguais, mas, a agremiação já não é mais aquela. Pelo menos em Mato Grosso, isso não acontece.
Tudo bem que a coerência férrea costuma ser um atributo da burrice.
Está certo que um político precisa de jogo de cintura e algum contorcionismo para moldar-se às circunstâncias.
Mas as lideranças do DEM no estado exageraram-se nas afirmações contraditórias.
Já se sabia que há um DEM de palanque que vociferava contra “as elites”, e um DEM de salão, que as apazigua.
O dado inquietante é que, agora, as idas e vindas retóricas do partido são a respeito de ter ou não ter um candidato natural para disputar novamente o Palácio Paiaguas. Nesse caso, apoiar ou não a reeleição do governador Mauro Mendes.
A rusga aconteceu na terça feira, 06, quando o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, MDB, indicou o compadre do senador Jayme Campos, Leonardo Leão, para assumir a titularidade da pasta de secretaria de Habitação do município de Cuiabá.
A indicação, de porteira fechada é um ‘cheque’ no jogo do xadrez, em desfavor do governador Mauro Mendes.
A pergunta é: será que ele(Mendes) vai correr da raia, no ‘seio’ do seu próprio partido? Vai amarelar? Como se diz no linguajar cuiabano.
E certo que as cartas da campanha de 2022 ao governo de Mato Grosso estão lançadas.
Com o imbróglio por falta de bases politicas nos munícipios envolvendo agremiações partidárias como o PSDB e o MDB, só falta agora o DEM decidir quem apoiar de fato: se é Mauro ou Emanuel? E motivo para isso não lhe faltará.
Primeiro que o racha interno na agremiação já é anunciado e será em desfavor de Mauro.
Segundo, por causa da boa performance no seu périplo por parte do seu arquirrival, Emanuel Pinheiro, que ‘mina’ a agremiação estadual do DEM.
E nesse contexto o candidato do MDB, está em uma situação mais confortável que o governador pefelista, por não ter oposição interna.
Tanto um como outro não comungam com a mesma equipe de trabalho.
Mas, a atenção maior dos aliados é com a projeção da candidatura do prefeito cuiabano. Fato que não é o mesmo pelas bandas do governador mato-grossense.
Ainda que sua candidatura não tenha sido assumida com afinco pelos principais lideres da DEM, a dúvida é sobre como ele deve sair do processo eleitoral, ainda é latente em qualquer roda de discussão.
No campo geopolítico, o governador de Mato Grosso está perdendo seus maiores colaboradores – por falta de um ‘norte’ e que se derrapou durante a pandemia.
O que se vê – na indicação de Leonardo Leão – e que o grupo do senador Jayme Campos entrou de vez em bola dividida.