Polícia

Por ser baiana, juíza Federal de MT é alvo de xenofobia em pizzaria de Cuiabá; TRE repudia caso

Por ser natural da Bahia e nordestina, a juíza federal de Mato Grosso, Clara da Mota Santos Pimenta Alves, foi alvo de xenofobia contra nordestinos em uma pizzaria de Cuiabá

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM TRE-MT 08/11/2022
Por ser baiana, juíza Federal de MT é alvo de xenofobia em pizzaria de Cuiabá; TRE repudia caso
Foto: TRE-MT
Por ser natural da Bahia e nordestina, a juíza federal de Mato Grosso, Clara da Mota Santos Pimenta Alves, foi alvo de xenofobia contra nordestinos em uma pizzaria de Cuiabá. O caso ocorreu na sexta-feira,04, e a magistrada registrou um boletim de ocorrências por injúria racial contra o autor das ofensas Adriano Faria Bastos, chefe da petrolífera British Petroleum (BR). A magistrada que é auxiliar do ministro do Supremo Tribunal Federal(STF), Edson Fachin, relatou no Boletim de Ocorrência, que estava com as filhas menores conjuntamente com o autor das ofensas e mais um advogado. Em um determinado moimento o advogado e o autor das ofensas  começaram a comentar sobre o resultado do segundo turno das eleições presidenciais. Foi quando o diretor da petrolífera British Petroleum (BR) teria feito diversas ofensas xenófobas sobre a Bahia e o nordestinos, mesmo sabendo que a juíza é baiana. Além disso, Adriano Bastos teria afirmando ainda que funcionários públicos não trabalham. Ele disse ainda que a eleição presidencial no Brasil tinha sido fraudada. A magistrada relatou no BO que se sentiu ofendida e humilhada com as declarações de Bastos, por funcionária pública e natural da Bahia. O Pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) manifestou solidariedade à juíza federal Clara da Mota Santos Pimenta Alves, que foi vítima de agressões verbais com teor xenofóbico, em um restaurante de Cuiabá. A manifestação foi feita pelo presidente, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, ao final da Sessão Plenária de terça-feira (08), e teve adesão dos demais membros da Corte Eleitoral e da Procuradoria Regional Eleitoral. A juíza federal auxilia o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, e até setembro deste ano, integrou o TRE-MT como juíza-membro titular. Ela registrou um boletim de ocorrência relatando as ofensas na última sexta-feira (04). No boletim de ocorrência registrado, a magistrada diz que o executivo teria atribuído a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Bahia, estado que "não produz nada" e "não possui PIB". A juíza Clara da Mota, que é baiana, estava acompanhada de suas duas filhas pequenas, e afirmou que o executivo sabe de sua origem e de sua ocupação, já que suas filhas convivem juntas há mais de dois anos. A vice-presidente e corregedora regional eleitoral do TRE-MT, desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho, endossou a manifestação de solidariedade e ressaltou que, por se tratar de uma mulher, a covardia é ainda maior. Confira a íntegra da manifestação proferida pelo presidente do TRE-MT: “Ao encerrar esta sessão, quero manifestar a minha solidariedade a Dra Clara da Mota Santos Pimenta Alves, Juíza Federal, e que integrava até dias atrás esta Corte Eleitoral, pelas agressões verbais sofridas contra a sua pessoa e de sua família, por um indivíduo que certamente não tem as raízes mato-grossense. É repugnante a discriminação que vem assolando este pais por causa de viés político. Cada um de nós temos a responsabilidade pelo futuro e de promover a pacificação, e para isso devemos começar a registrar esses fatos, essas agressões, e processar os seus autores. Receba a minha solidariedade, Dra. Clara, e esteja certa que é assim que se deve agir mesmo, punindo os transgressores”.