Brasil

Aneel vai intimar Enel por novo apagão em SP e fala até em fim da concessão

2,1 milhões de clientes ficaram sem energia após temporais em São Paulo

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 12/10/2024
Aneel vai intimar Enel por novo apagão em SP e fala até em fim da concessão
Trocar imagemTrocar imagemTrocar imagem15 de 16 Árvore caída em cima de um veículo, em um rua do Jardim Marajoara, na zona sul de São Paulo | Marco Ambrosio/Ato Press/Estadão Conteúdo

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que vai intimar a Enel a apresentar justificativas para o novo apagão em São Paulo, ocorrido entre a noite da sexta-feira (11) e o início deste sábado (12), e propor “adequação” do seu serviço de distribuição.

Segundo o posicionamento da Agência, a proposta de adequação será analisada por diretoria colegiada e caso a empresa não apresente “solução satisfatória e imediata da prestação do serviço” será instaurado processo de recomendação da caducidade da concessão junto ao Ministério de Minas e Energia (MME).

Sobre o pedido da Annel, procurada pela CNN, a Enel se manifestou por meio de nota, apontando que está comprometida em ir além dos indicadores estabelecidos e segue com um plano estruturado para seguir a trajetória de melhoria contínua dos serviços, também alegou que para o período 2024-2026 está investindo aproximadamente R$ 20 bilhões no Brasil.

Ao todo 2,6 milhões de consumidores ficaram sem energia com as chuvas e ventania ocorridas, sendo 2,1 milhões na área de concessão da Enel. Na manhã deste sábado, cerca de 1,45 milhão de clientes ainda estavam sem luz.

A Enel diz que acionou um plano de emergência e conta com aproximadamente 800 equipes nas ruas. Ao longo do dia, 2,5 mil técnicos devem ser mobilizados.

Ao todo, foram fornecidos 500 geradores para pontos considerados críticos. A companhia também afirmou que conta com dois helicópteros percorrendo as linhas de alta tensão para localizar problemas em áreas de difícil acesso.

Em coletiva mais cedo, o presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre, afirmou que a empresa não tinha prazo para o restabelecimento total da energia.

Ministério pede que Aneel cobre Enel

O MME (Ministério de Minas e Energia) informou que estabeleceu uma sala de situação para o apagão e pediu que a Aneel cobre a Enel para reestabelecer a energia.

A nota da pasta, além de indicar problemas “reiterados” na área de concessão da Enel, sobe o tom contra a Agência, que afirma “falhar na fiscalização da distribuidora”.

“Mostrando novamente falta de compromisso com a população, a agência reguladora não deu qualquer andamento ao processo que poderia levar à caducidade da distribuidora, requerido há um ano pelo Ministério, o que deve ensejar a apuração da atuação da Aneel junto aos órgãos de controle”, escreveu.