Atlético-MG e Flamengo entregaram tudo. Neste domingo, na Arena Patanal, os times de Mohamed e Paulo Sousa fizeram uma partida à altura da expectativa criada para a Supercopa do Brasil. O empate em 2 a 2 no tempo regulamentar já haviam sido de bom futebol, belos gols e alternâncias no placar. Contudo, as maiores emoções ficaram para a decisão por pênaltis com 24 cobranças. Hulk fez (pela segunda vez) e Everson pegou a de Vitinho. Galo supercampeão!
Foi o Atlético-MG que saiu na frente, com Nacho, ainda no primeiro tempo. Na volta do intervalo, o Flamengo virou com Gabigol e Bruno Henrique, mas Hulk empatou e a decisão foi para os pênaltis. O placar de 8 a 7 foi consolidado após 24 cobranças, nas quais os dois times tiveram chances de liquidar a fatura.
O primeiro título de 2022 no futebol nacional é de quem dominou a temporada 2021. Em uma partida emocionante na Arena Pantanal, o Atlético-MG venceu o Flamengo na disputa de pênaltis por 8 a 7, neste domingo, após empate por 2 a 2 no tempo regulamentar. Nacho e Hulk marcaram para a equipe mineira, com Gabigol e Bruno Henrique anotando para o Flamengo.
Foram 24 cobranças de pênaltis até a definição do time campeão da Supercopa do Brasil. O goleiro Everson até perdeu a sua cobrança, mas ao defender o chute de Vitinho garantiu o título atleticano. E foi o herói da disputa, pois já havia parado Willian Arão e Matheuzinho. Já Hulk foi outro destaque ao converter duas cobranças para o time mineiro.
No lado do Flamengo, o goleiro Hugo Souza teve uma tarde de emoções díspares. Falhou no gol de Nacho Fernández, defendeu pênaltis de Guga e Mariano, mas falhou na sua cobrança, que daria o título para o Flamengo.
Além da taça, o Atlético recebeu uma premiação de R$ 5 milhões. Já o Flamengo ficou com R$ 2 milhões. Após quase 20 anos de hiato, a Supercopa do Brasil voltou a ser disputada em 2020, com vitória do time carioca nas duas edições anteriores. Agora, então, a equipe mineira rompeu essa hegemonia.
A Supercopa do Brasil envolve os clubes que foram campeões nacionais na temporada passada. Mas como o Atlético faturou a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro em 2021, o outro participante do jogo decisivo foi o atual vice-campeão nacional, o Flamengo. E a equipe mineira ampliou a sua grande fase com mais essa taça.
O confronto foi o sétimo mata-mata de uma das maiores rivalidades interestaduais do país. O Flamengo se deu melhor na decisão do Brasileirão de 1980, no jogo de desempate da primeira fase da Libertadores de 1981, nas semifinais da Copa União de 1987 e nas quartas de final da Copa do Brasil de 2006. Já o Atlético havia superado o rival nas oitavas de final do Brasileirão de 1986 e nas semifinais da Copa do Brasil de 2014.
Os dias que antecederam a disputa foram marcados por polêmicas e bate-boca nos bastidores. A diretoria do Atlético exibiu insatisfação com a escolha da Arena Pantanal, em Cuiabá, para ser o palco da partida pela maior presença de torcedores do Flamengo na região. E, de fato, eles foram maioria no estádio neste domingo.
Depois da disputa da Supercopa, os times voltam suas atenções para as competições estaduais. O Flamengo retorna a campo na próxima quarta-feira, em clássico diante do Botafogo, no Engenhão, pelo Campeonato Carioca. Já o Atlético visitará o Pouso Alegre, sábado, pelo Mineiro.
Primeiro tempo: Flamengo domina, mas Nacho põe Atlético na frente
Sem poder contar com o meia Zaracho, em recuperação de dores na coxa direita, o técnico Antonio Mohamed manteve a formação com 3 atacantes, que vem sendo a sua preferida neste início de passagem pelo Atlético. E escalou o venezuelano Savarino no ataque, pelo lado direito, ao lado de Hulk e Keno.
Já o Flamengo manteve o seu time-base desse início de passagem do treinador Paulo Sousa pelo clube. Uma exceção foi Gustavo Henrique, com lesão no joelho direito, o que abriu espaço para a escalação de Fabrício Bruno na zaga. Além disso, João Gomes atuou no meio-campo, com Andreas Pereira ficando no banco de reservas.
Com essas formações, o Atlético buscou controlar a posse de bola no começo da partida, mas sendo pouco efetivo, sem encontrar espaços na defesa do Flamengo. E, aos poucos, o time rubro-negro foi assumindo o domínio da partida em Cuiabá, pois marcava forte a saída de bola adversária. Quando tinha a posse, se movimentava bem e fazia rápida troca de passes, também se aproveitando dos erros atleticanos na saída de jogo.
O Flamengo só pecou mesmo nas finalizações. Foi assim aos 8, quando Gabigol teve o chute cortado por Nathan Silva quase em cima da linha, e aos 28 minutos, com o mesmo atacante tirando demais de Everson no momento do chute, batendo para fora, em oportunidade surgida após roubada de bola e grande ação individual de João Gomes. E, após cobrança de escanteio, aos 21 minutos, Fabrício Bruno cabeceou para fora, mas muito perto da meta.
Com o forte calor em Cuiabá, a arbitragem parou o duelo para os jogadores se hidratarem com cerca de 30 minutos. Na retomada, o Atlético conseguiu equilibrar o confronto, ameaçando em chutes de fora da área, como em disparo de Keno, aos 37. Aos 42, a finalização de longe foi de Guilherme Arana. Hugo Souza espalmou para o meio e Nacho Fernández empurrou o rebote de primeira para o gol, garantindo a vantagem do time mineiro na saída para o intervalo.
Segundo tempo: Flamengo vira, mas Atlético arranca empate
O equilíbrio do fim da primeira etapa se repetiu no começo da segunda, ainda que com o Flamengo mais presente ao campo de ataque. Só que aí os principais talentos ofensivos do time carioca, especialmente Arrascaeta, passaram a fazer a diferença. E mudaram a história da Supercopa do Brasil.
Aos 11 minutos, o uruguaio na linha de fundo, no lado esquerdo, deu uma cavadinha para Bruno Henrique, que testou para baixo, parando em grande defesa de Everson. Só que o rebote sobrou nos pés de Gabigol. Com a meta vazia, ele empurrou para as redes, marcando pela 108ª vez com a camisa do Flamengo.
Arrascaeta quase marcou aos 15, em cruzamento fechado. E participou da jogada do gol da virada aos 19. Em um contra-ataque rápido, ele acionou Lázaro, que deu passe em profundidade para Bruno Henrique. Ele ganhou na velocidade de Godín e finalizou com um leve toque, encobrindo Everson: 2 a 1 Flamengo e o 77º gol do atacante com a camisa rubro-negra.
Em desvantagem, o Atlético tratou de se lançar ao ataque. Teve chances com Savarino e Arana, parando em Hugo duas vezes. Antonio Mohamed, então, mexeu no time, promovendo as entradas de Ademir e Vargas. E deu muito certo. Aos 30 minutos, Ademir cruzou para o chileno, que escorou para Hulk. O artilheiro dominou a bola e disparou de direita para empatar a partida decisiva. Foi o seu 41º gol pelo clube.
Desgastados, mas muito motivados, os times tentaram definir a partida no tempo regulamentar. Jair teve a melhor chance para o Atlético aos 38 minutos, enquanto Arana evitou gol de Lázaro aos 41. Assim, a definição da Supercopa do Brasil foi para os pênaltis.
Pênaltis: Após 24 cobranças, Atlético conquista a taça com Everson heróico
Na disputa de pênaltis, os times acertaram as cinco primeiras cobranças, com Hulk, Nacho, Ademir, Arana e Vargas para o Atlético e Lazaro, Vitinho, Diego, David Luiz e Gabigol para o Flamengo. Mas aí Guga, que havia entrado nos instantes finais para bater pênalti, parou em Hugo. Porém, Everson manteve o time mineiro vivo ao defender a cobrança de Willian Arão.
Depois, então, Jair e João Gomes prorrogaram a disputa. Everson chutou por cima a sua cobrança para o Atlético, mas se redimiu na sequência ao defender a cobrança de Matheuzinho, com a bola ainda batendo no travessão. Nathan Silva e Léo Pereira marcaram nos seus disparos. Aí, Mariano parou em Hugo, mas Fabrício Bruno mandou por cima. Godín, então, também bateu para fora, assim como Hugo, desperdiçando a quarta chance de título do time carioca. Foi preciso, então, voltar a repetir os cobradores. Hulk converteu pela segunda vez, mas Vitinho parou em Everson.