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Trump tem menos de 6 meses para criar novo discurso de campanha em meio à epidemia em recessão

11/05/2020

"Recebendo ótimos comentários, finalmente, sobre o quão bem estamos lidando com a pandemia", escreveu o presidente americano Donald Trump, em sua conta de Twitter, no último dia 4, a menos de seis meses da eleição presidencial de novembro, na qual tentará ser reconduzido à Casa Branca.

  O autoelogio em tom aliviado é um indicativo das aflições que atormentarão Trump nos próximos meses. Os Estados Unidos têm o maior número de casos e mortes por covid-19 do mundo, e o republicano teme que sua performance no combate à epidemia, que já levou à pior recessão americana no século, com 30 milhões de desempregados, possa abater sua candidatura.   Até março, quando os Estados Unidos começaram a ver o número de doentes crescer vertiginosamente, ele minimizava o problema e atribuía aos adversários políticos o alarme com o coronavírus.   Trump tinha a seu favor uma economia com crescimento estável e em situação de pleno emprego.   Em janeiro, se desvencilhara de um processo de impeachment ao mesmo tempo em que acirrava as tensões com o Irã, no Oriente Médio, e colhia o resultado de um novo acordo de comércio com México e Canadá e um cessar fogo na guerra comercial com a China - temas populares entre seus apoiadores.   Até que o coronavírus, que Trump reputava menos grave do que uma gripe comum, mostrou seu potencial destruidor. De acordo com a avaliação de epidemiologistas, a doença pegou os Estados Unidos despreparados para fazer testagem em massa, rastrear os casos e isolar os doentes. Até 8 de maio, o país registrava cerca de 75 mil mortos e 1,2 milhão de infectados.