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Em 2º dia de protestos em Beirute, manifestantes seguem rumo ao parlamento
Libaneses voltaram às ruas de Beirute neste domingo (9), em protestos contra o governo
09/08/2020
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Os manifestantes que tentam invadir o parlamento do país desde o sábado (8) cobram das autoridades a responsabilidade pelas explosões, uma vez que o depósito com nitrato de amônia não havia sido devidamente fiscalizado para evitar a tragédia.
Além dos mais de 150 mortos e cerca de 6 mil feridos, duas dezenas de pessoas ainda estão desaparecidas e outras 250 mil ficaram desabrigadas, em um país que já sofria com a crise econômica e a pandemia do novo coronavírus.
Um líder da oposição defendeu que todos os parlamentares renunciem, para que a população possa decidir como e quem deve ajudar a conduzir o país em seu processo de recuperação. O presidente Michel Aoun é acusado de negliência por libaneses revoltados com as explosões.
Reconstrução
A reconstrução de Beirute deve custar bilhões de dólares, segundo estimativas. Economistas apontam que o PIB pode encolher até 25% em 2020, o dobro da projeção feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril.
Neste domingo (9), o presidente da França, Emmanuel Macron, recebe o líder americano, Donald Trump, e outros chefes de Estado, em uma conferência virtual para levantar fundos para a reconstrução da cidade.
Na quinta-feira, em visita histórica à capital libanesa, Macron já havia acenado para a iniciativa. Na ocasião, ele fez menção à corrupção no sistema político do país árabe.
"Essa ajuda, eu garanto, não vai acabar em mãos corruptas. Vou falar com todas as forças políticas para pedir um novo pacto", disse Macron.
"É um país que está se desintegrando a olhos nus, que não tem a coleta de lixo, não tem sistema bancário adequado nem infraestrutura que atenda às necessidades, além de produção de alimentos insatisfatória", disse à CNN na última quarta (5) Arlene Clemesha, professora de História Árabe da Universidade de São Paulo (USP).
"O país vem sofrendo uma enorme crise que é econômica, em primeiro lugar, política e social", acrescentou a historiadora.
No Brasil, o ex-presidente Michel Temer aceitou o convite de Jair Bolsonaro e será o enviado especial brasileiro ao Líbano. Segundo pessoas envolvidas nas tratativas, os detalhes serão acertados nesta segunda-feira (10).
O plano é enviar um avião KC-390 com medicamentos, mantimentos e outras doações para ajudar o Líbano.
A iniciativa é parecida com o que já ocorre nos Estados Unidos, onde ex-presidentes costumam liderar missões humanitárias.
Com a presença de Temer, que tem ascendência libanesa, a diplomacia brasileira quer dar maior relevância à missão.
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