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Joe Biden e Kamala Harris são as personalidades do ano da revista ‘Time’
Pela primeira vez, a publicação presta esse reconhecimento a um vice-presidente dos EUA
“Por mudar a história norte-americana, por mostrar que a força da empatia é maior que as fúrias da divisão, por compartilhar uma visão de sanar um mundo enlutado, Joe Biden e Kamala Harris são a Pessoa do Ano de 2020 da Time”, escreveu o editor da revista, Edward Felsenthal.
A enxuta lista de candidatos à honra de estampar a capa da revista incluía também o presidente Donald Trump, o movimento pela justiça racial desencadeado após a morte do afro-americano George Floyd por policiais, os trabalhadores da saúde pública e o médico Anthony Fauci, principal autoridade de saúde pública dos EUA. Estes últimos e alguns ativistas contra as injustiças raciais foram eleitos os “guardiões do ano”, mas finalmente a Time que se decantou pelos próximos líderes da maior potência mundial. “A revista sempre teve uma relação especial com os presidentes”, argumentaram os editores.
Com a escolha de Biden e Harris, e não de um só indivíduo, a revista está transformando em norma algo que antes era exceção. Dos últimos 10 personagens do ano, metade eram coletivos. Barack Obama foi o personagem do ano em 2008 e 2012, e Trump em 2016. Na entrevista de agradecimento, o presidente-eleito Biden falou da tarefa que terá com Harris de “sanar” a democracia depois da passagem de Trump pela Casa Branca. Os editores disseram, em um programa especial exibido pela NBC, que levaram em conta não só o papel da dupla neste ano, mas também o trabalho que terão no futuro.
Muitos esperavam que a revista escolhesse os profissionais da saúde. Em 2014, a revista havia elegido como personalidades do ano os “lutadores contra o ebola”. Na época, a epidemia dessa doença, concentrada na África, tinha causado um pouco mais de 6.000 mortes. Só nesta quarta-feira o coronavírus acabou com pelo menos 12.346 vidas no mundo todo. A cifra total supera 1,5 milhão, e os casos chegam a mais de 70 milhões. No começo da crise, os cidadãos de diferentes partes do mundo saíam às suas janelas para aplaudir os profissionais na linha de frente, e, embora essas imagens não sejam mais vistas, o pessoal sanitário não parou de arriscar suas vidas para salvar a dos contagiados.