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Israel mata chefe de mídia do Hezbollah em bombardeio a Beirute, diz agência

Morte de Mohammad Afif foi confirmada por duas fontes de segurança à Reuters neste domingo,17

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM G1 17/11/2024
Israel mata chefe de mídia do Hezbollah em bombardeio a Beirute, diz agência
Bombardeio israelense no centro de Beirute mata chefe de mídia do Hezbollah | Divulgação/G1

Israel matou Mohammad Afif, chefe de relações com a mídia do Hezbollah, em bombardeio a Beirute, capital do Líbano, neste domingo (17), informou a agência de notícias Reuters com base em duas fontes de segurança libanesas.

O ataque israelense atingiu um bairro densamente povoado da cidade, onde muitas pessoas deslocadas dos subúrbios do sul de Beirute estavam buscando refúgio, segundo a Reuters.

Nem Israel, nem o Hezbollah haviam confirmado oficialmente a morte de Afif até a última atualização desta reportagem. Uma autoridade do grupo extremista confirmou a morte de Afif à agência Associated Press --ele não foi identificado pela AP porque não estava autorizado a falar publicamente sobre o assunto. A agência AFP também confirmou a morte de Afif. Contatado pela Reuters, o Exército israelense se recusou a fazer comentários.

Afif foi um conselheiro de mídia de longa data de Hassan Nasrallah, número 1 do grupo extremista morto em ataque aéreo israelense em setembro. Afif gerenciou o canal de televisão "Al-Manar" do Hezbollah por vários anos antes de assumir o cargo de chefe do escritório de relações com a mídia do grupo apoiado pelo Irã.

Afif fazia coletivas de imprensa entre escombros de bombardeios na capital libanesa. Em uma delas, após o ataque mais mortal a Beirute desde o início da guerra entre Israel e Hezbollah, Afif fez ameaças a Israel e disse que "viram muito pouco" do grupo. Em sua última declaração pública, em 11 de novembro, ele disse que o Hezbollah tinha armas e suprimentos suficientes para lutar uma "guerra longa".

O ataque deste domingo atingiu o bairro de Ras al-Nabaa, no centro de Beirute, refúgio de muitas pessoas deslocadas do sul da cidade --bombardeado frequentemente pelos israelenses--, e deixou um morto e três feridos, segundo o Ministério de Saúde e o Exército libanês. Ambulâncias podiam ser ouvidas correndo para o local, e tiros foram disparados para impedir que multidões de pessoas se aproximassem da área.

Não houve ordem de evacuação prévia ao bombardeio para a área atingida neste domingo. Antes da maioria dos ataques realizados pelo exército israelense em Beirute, um porta-voz militar publica avisos para residentes das áreas visadas deixarem o local e se distanciarem no mínimo 500 metros.

Chefe de mídia do Hezbollah, Mohammad Afif, em coletiva de imprensa no sul de Beirute em 11 de novembro de 2024. — Foto: REUTERS/Haider Kadhim/File Photo

Chefe de mídia do Hezbollah, Mohammad Afif, em coletiva de imprensa no sul de Beirute em 11 de novembro de 2024. — Foto: REUTERS/Haider Kadhim/File Photo

As fontes de segurança também disseram à Reuters que o bombardeio atingiu um prédio onde estão localizados os escritórios do partido Ba'ath. O chefe do partido, Ali Hijazi, disse à emissora libanesa "Al-Jadeed" que Afif estava no prédio. A emissora também confirmou a morte de Afif e mostrou o prédio destruído com resgatistas da Defesa Civil no local.

Desde o início da guerra contra o Hezbollah, por volta de setembro, Israel realiza uma operação terrestre no sul do Líbano e ataques aéreos diários a alvos do grupo extremista libanês, inclusive à capital Beirute, onde estaria o QG do grupo. Israel já matou outras autoridades da alta cúpula do Hezbollah em bombardeios na cidade em Beirute, incluindo o número 1 do grupo, Hassan Nasrallah, e seu possível sucessor, Hashem Safieddine, que era seu primo.


Foto de outubro de 2024 do chefe de mídia do Hezbollah, Mohammad Afif, morto por um ataque israelense em 17 de novembro de 2024. — Foto: REUTERS/Mohamed Azakir/File Photo

Foto de outubro de 2024 do chefe de mídia do Hezbollah, Mohammad Afif, morto por um ataque israelense em 17 de novembro de 2024. — Foto: REUTERS/Mohamed Azakir/File Photo