O Kremlin disse nesta sexta-feira (22) que o ataque à Ucrânia usando um míssil balístico hipersônico recém-desenvolvido foi projetado como uma mensagem ao Ocidente de que Moscou responderá às suas decisões e ações “imprudentes” em apoio à Ucrânia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, falou um dia após o presidente Vladimir Putin dizer que Moscou havia disparado o novo míssil — o Oreshnik ou Hazel Tree — em uma instalação militar ucraniana.

“A mensagem principal é que as decisões e ações imprudentes de países ocidentais que produzem mísseis, os fornecem à Ucrânia e participam subsequentemente de ataques em território russo, não podem permanecer sem uma reação da Rússia”, declarou Peskov aos repórteres.

Peskov complementou dizendo que o lado russo “demonstrou claramente capacidade, e os contornos de novas ações retaliatórias caso as preocupações não sejam consideradas”.

Segundo o porta-voz, a Rússia não foi obrigada a avisar os Estados Unidos sobre o ataque, mas informou os EUA 30 minutos antes do lançamento de qualquer maneira.

O presidente Vladimir Putin permaneceu aberto ao diálogo, relatou Peskov, mas disse que a administração cessante do presidente dos EUA, Joe Biden, “prefere continuar no caminho da escalada”.

Putin relatou na quinta-feira (21) que a Rússia havia disparado o novo míssil após a Ucrânia, com a aprovação da administração Biden, atingir a Rússia com seis mísseis ATACMS, de fabricação americana, na terça-feira (19), e com mísseis de cruzeiro britânicos Storm Shadow e HIMARS, também de fabricação americana, na quinta-feira.

Segundo o governante, isso significa que a guerra na Ucrânia agora “adquiriu elementos de caráter global”.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, expressou que o uso do novo míssil pela Rússia corresponde a “uma escalada clara e severa” na guerra e pediu forte condenação mundial.