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Leão XIV recebeu 'mais de 100 votos no Conclave', diz cardeal

Désiré Tsarahazana, de Madagascar, comentou neste sábado (10) que Robert Francis Prevost recebeu mais que os 89 votos necessários para ser eleito papa

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM G1 10/05/2025
Leão XIV recebeu 'mais de 100 votos no Conclave', diz cardeal
O Papa Leão XIV discursa durante um encontro com os cardeais no Vaticano | Vatican Media via Reuters

Para ser eleito papa durante o conclave secreto de 7 a 8 de maio na Capela Sistina, o papa Leão XIV precisava de uma maioria de dois terços de 89 dos 133 cardeais votantes.

O cardeal de Madagascar, Désiré Tsarahazana, disse à agência Reuters que Robert Francis Prevost recebeu mais de 100 votos na votação final na tarde de 8 de maio.

Leão XIV participou de uma reunião neste sábado (10) com os cardeais.

Esse encontro teve um formato diferente daquele usado pelos papas anteriores, que normalmente faziam um discurso e esperavam que os clérigos apenas ouvissem.

Desta vez, Leão fez um discurso preparado e depois abriu a palavra para qualquer cardeal que quisesse fazer um comentário – permitindo que os clérigos expressassem suas opiniões e preocupações sobre as principais questões enfrentadas pela Igreja global.

"Ele ouviu com muita atenção, mas sabe que terá que tomar as decisões", disse o cardeal irlandês Sean Brady à agência Reuters. "Mas estamos aqui para ajudá-lo."

O cardeal espanhol Aquilino Bocos Merino descreveu o encontro como "muito cordial e comunitário".

O cardeal tcheco Dominik Duka disse que um tópico que surgiu foi a situação dos católicos na China.

Vaticano e a China assinaram em 2018 um acordo controverso sobre a nomeação de bispos no país, o que dá a Pequim alguma contribuição em sua seleção.

Os conservadores atacaram o acordo ainda secreto como uma traição, mas Duka comentou que era necessário manter um diálogo aberto em lugares onde a Igreja é oprimida, comparando-o ao diálogo entre o Vaticano e os países do leste europeu durante a Guerra Fria.

O cardeal alemão Gerhard Mueller, que entrou em conflito abertamente com Francisco sobre questões relativas ao ensino moral católico, disse que o encontro de sábado foi "muito bom e harmonioso".