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Trump à CNN: Israel pode retomar combate em Gaza se Hamas descumprir acordo

Conteúdo Exclusivo: Forças israelenses acusam grupo palestino de quebrar cessar-fogo após não entregar todos os restos mortais de reféns

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 15/10/2025
Trump à CNN: Israel pode retomar combate em Gaza se Hamas descumprir acordo
Ele afirmou à CNN que as forças israelenses poderiam retornar às ruas de Gaza "assim que eu disser" | CNN

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (15) que consideraria permitir que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, retome a ação militar na Faixa de Gaza caso o Hamas se recuse a cumprir sua parte do acordo de cessar-fogo.

Ele afirmou à CNN que as forças israelenses poderiam retornar às ruas de Gaza "assim que eu disser".

"O que está acontecendo com o Hamas? Isso será resolvido rapidamente", pontuou o presidente em um breve telefonema.

Os comentários de Trump são feitos no momento em que Israel acusa o Hamas de não cumprir o acordo de entrega de reféns vivos e corpos dos que morreram como parte de um acordo para encerrar os combates em Gaza.

O Exército israelense informou que um dos quatro corpos entregues pelo grupo armado na terça-feira (14) não pertence a nenhum refém.

Ainda assim, durante a breve entrevista à CNN, o presidente dos Estados Unidos ressaltou que o resgate dos reféns vivos era importante por si só. "Retirar esses 20 reféns era fundamental", avaliou.

CNN também questionou o republicano o que acontece se o Hamas se recusar a se desarmar.

"Estou pensando nisso", respondeu Trump. "Israel retornará às ruas [de Gaza] assim que eu disser. Se Israel pudesse entrar e acabar com eles, eles fariam isso", observou.

"Eu tive que contê-los", disse o presidente sobre as Forças de Defesa de Israel e o governo Netanyahu. "Discuti com Bibi", chamando o premiê pelo apelido.

Confrontos e execuções do Hamas em Gaza

Nos dias seguintes à libertação dos reféns, confrontos violentos eclodiram entre o Hamas e grupos rivais, incluindo uma execução pública.

Trump já havia alertado que o Hamas também deve se desarmar ou "nós os desarmaremos".

À CNN, ele afirmou que, neste momento, o Hamas está "entrando e eliminando as gangues, as gangues violentas".

"Estou pesquisando sobre isso", destacou Trump quando questionado se era possível que o Hamas estivesse executando palestinos inocentes.

"Vamos descobrir. Pode ser gangues e mais", adicionou.

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Vídeo mostra homens armados do Hamas arrastando sete homens para um círculo de pessoas na Cidade de Gaza, forçando-os a se ajoelharem e executando-os. • Reuters via CNN Newsource
Vídeo mostra homens armados do Hamas arrastando sete homens para um círculo de pessoas na Cidade de Gaza, forçando-os a se ajoelharem e executando-os. • Reuters via CNN Newsource

O plano de paz de 20 pontos dos Estados Unidos contempla um futuro em que o Hamas concorda em não ter qualquer papel na governança de Gaza, que será desmilitarizada e ficará sob monitoramento independente.

Mas o governo americano reconheceu que ainda precisa trabalhar mais para resolver o futuro de Gaza e que o acordo que motivou a libertação dos reféns é apenas a primeira fase desse entendimento.

Confiança nos próximos pontos do acordo

O presidente, no entanto, estava claramente otimista quanto às perspectivas de paz a longo prazo para a Faixa de Gaza, especialmente devido ao forte apoio de outros países da região.

"Cinquenta e nove países fazem parte disso", disse ele sobre o acordo de cessar-fogo, aparentemente se referindo aos países que compareceram a uma cerimônia no Egito para assinar um documento de princípios intitulado "Acordo de Paz Trump" ou expressaram declarações de apoio.

"Nunca vimos nada parecido. Agora está tudo acontecendo. Eles querem fazer parte dos Acordos de Abraão. Agora que o Irã não é mais um problema", comentou.

Encerramento da guerra na Ucrânia

Donald Trump também disse à CNN nesta quarta que continua trabalhando para encerrar a guerra da Rússia contra a Ucrânia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deve visitar a Casa Branca nesta sexta-feira (17).

"Estou trabalhando duro na questão russa", garantiu.