O que era pra ser o momento mais inesquecível da vida de centenas de universitários virou um pesadelo devastador. Um casal de empresários é acusado de aplicar um golpe cinematográfico que deixou formandos sem colação, sem festa e sem um centavo de reembolso.

Elisa Severino e Márcio Nascimento, donos da empresa Imagem Eventos, são agora procurados pela polícia em todo o Brasil.

Com prisões decretadas, eles são apontados como os mentores de um esquema fraudulento milionário que afundou o sonho de centenas de famílias em Mato Grosso.

A dupla fechou a empresa de formaturas sem dar qualquer aviso e desapareceu levando tudo: dinheiro, cartões de memória com registros das festas, e a dignidade das vítimas.
Segundo a Polícia Civil, mais de mil estudantes foram lesados, com prejuízo estimado em R$ 7 milhões, apenas no início das investigações.

As turmas de medicina foram as mais atingidas. Uma única turma pode ter perdido até R$ 2 milhões em festas luxuosas que nunca aconteceram. Um simples pacote fotográfico podia chegar a R$ 30 mil por aluno — tudo pago antecipadamente.

De acordo com a polícia, o casal planejou a fuga por pelo menos 4 meses. Mesmo sabendo que iam fechar as portas, continuaram fechando contratos, fazendo promoções e exigindo pagamentos à vista.

E o golpe foi ainda mais cruel: um dia antes de sumirem, eles esvaziaram os servidores e roubaram todo o material de fotos e vídeos das últimas formaturas, tentando revendê-los através de uma suposta empresa fantasma chamada “Laboratório Brasil”.

O casal teve oito carros apreendidos, contas bancárias bloqueadas e está na mira da polícia em vários estados, inclusive com buscas no Paraná, Paraíba, Mato Grosso do Sul e Pará. Há boatos de que eles teriam fugido para os Estados Unidos, mas a polícia acredita que seguem escondidos no Brasil.

Segundo o delegado Rogério Ferreira, da DECON, o esquema é um dos maiores escândalos já vistos no setor de eventos do país.

“Eles criaram uma ILUSÃO perfeita. Venderam sonhos e desapareceram com o dinheiro. Nem fotos entregaram”, afirmou.

Além do prejuízo milionário, o trauma psicológico das vítimas é imensurável.
“Minha filha esperou 6 anos por esse dia. Fizemos rifa, empréstimo, vendemos carro. E agora... nem foto temos pra lembrar”, relatou o pai de uma das vítimas.

A Polícia Civil segue em campo com a Operação Ilusion, que tenta localizar os foragidos e recuperar parte dos bens desviados. Os envolvidos podem pegar até 13 anos de prisão, por crimes como estelionato, associação criminosa e fraude nas relações de consumo.