Luxo, ostentação e poder. Essa era a vida que o influenciador Dainey Aparecido da Costa, 34 anos, de Várzea Grande, vendia nas redes sociais. Conhecido como “Deniz Bet”, ele exibia viagens, cruzeiros internacionais e notas de dinheiro. Dizia ter faturado R$ 5 milhões com apostas online.

Mas, por trás das fotos glamourosas, a Polícia descobriu o oposto: Deniz seria financiador de uma facção criminosa que espalha terror em Mato Grosso.

Deniz publicava links para sites de apostas, fazia piadas com memes e posava ao lado de carros de luxo. Em fevereiro, a máscara caiu: ele foi preso em VG com tabletes de maconha e R$ 40,5 mil em espécie. Na abordagem, chegou a ameaçar policiais.

Agora, a investigação mostra que não se tratava de um “apenas apostador”. Ele bancava parte da facção com o dinheiro das bets ilegais.

Na operação desta quinta-feira,21, a Justiça mandou bloquear R$ 13,3 milhões ligados ao esquema, além de prender 10 pessoas e apreender imóveis e veículos de luxo.

Segundo a Draco e a GCCO, o chefe da quadrilha embolsava 10% dos lucros mensais das apostas ilegais. O resto era usado para alimentar o tráfico e aplicar golpes na internet.

O caso começou em dezembro de 2023, quando membros da facção invadiram uma reunião comunitária em Cuiabá e ameaçaram moradores. A cena de terror chamou atenção da polícia, que desvendou toda a estrutura da organização.

O nome da operação, Ludus Sordidus — em latim, “Jogo Sujo” — traduz a farsa: influenciadores e líderes de fachada que, por trás, atuavam como chefes de quebrada, controlando tráfico, estelionatos e apostas ilegais.