O investigador da Polícia Civil de Mato Grosso, Walter Luís da Silva Matos, de 48 anos, conhecido no circuito noturno de Cuiabá como “Waltinho Produções”, vai usar tornozeleira eletrônica por determinação da Justiça. A medida foi imposta após o policial — que também atua como promotor de eventos na propriedade da boate Lua Morena, da sua família — e ser acusado de agredir a ex-namorada, a dançarina Thayane Moura, de 27 anos.

A decisão judicial foi proferida nesta terça-feira (15) e impõe monitoramento eletrônico e restrições de contato com a vítima. Waltinho chegou a ter a prisão preventiva decretada na semana passada, mas acabou liberado mediante o cumprimento de medidas cautelares.

Segundo o boletim de ocorrência, a vítima relatou que vinha sofrendo ameaças constantes do policial por mensagens e ligações. Na madrugada da agressão, Walter teria aguardado Thayane em frente à sua residência e a agredido com puxões de cabelo e socos, causando escoriações.

Após o episódio, ele foi conduzido para a Central de Flagrantes, mas acabou liberado. Agora, por decisão da Justiça, será obrigado a usar tornozeleira eletrônica e manter distância mínima da ex-namorada.

A Justiça determinou que Waltinho não mantenha qualquer tipo de contato com a vítima, nem pessoalmente, nem por telefone ou redes sociais. Ele também está proibido de frequentar locais onde ela trabalha ou costuma estar.

A Polícia Civil confirmou que o investigador responde a processo administrativo disciplinar interno, que poderá resultar em suspensão ou até expulsão da corporação, caso a conduta seja comprovada.

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) acompanha o caso e poderá pedir a reversão da liberdade provisória, caso ocorra descumprimento das medidas cautelares.

A defesa do policial afirma que ele nega as acusações de agressão e que está colaborando com as autoridades. Os advogados sustentam que o episódio foi “mal interpretado” e que “será devidamente esclarecido no curso do processo”.

Além do trabalho como policial, Walter Matos é figura conhecida nas noites cuiabanas por promover festas e eventos sob o nome artístico “Waltinho Produções”. Ele é proprietário da boate Lua Morena, onde organiza bailes e shows com artistas locais. O caso, contudo, agora coloca o nome do promotor de eventos no centro de uma investigação por violência doméstica.