Quando um parlamentar se sente a vontade para processar jornalistas e veículos de comunicações que mostram ações nada republicanas e pouco afeita à ética e retidão, é porque há algo de muito errado nas relações de poder.
A algaravia promovido pelo babélico parlamentar de Várzea Grande Ivan dos Santos Oliveira(Solidariedade) é um emaranhado de informações indecifráveis para quem não acompanhou os capítulos nos últimos meses.
Para tentar entender a história – que foi escândalo na imprensa local - é preciso conhecer os personagens e o papel traçado no vendaval das informações.
Na verdade, ao se sentir ofendido em sua suposta honra, o vereador Ivan dos Santos – que foi chamado na reportagem de Ivan agendinha – teve o objetivo maior de intimidar jornalista e ‘calar’ a imprensa.
E ele fez isso contra o jornalista Laerte Lannes e com o jornal O Mato Grosso.
Impulsionado pelo cinismo e pela mente vil, o vereador jocosamente se nutriu pelo desdém, pelo deboche e pela indiferença em desfavor do jornalista e do jornal e distribuiu – através de três de seus advogados – uma ação por Danos Morais contra os dois pelo simples fato do jornal ter publicado reportagens sobre a compra superfaturada de centenas de quilos de açúcares no ‘seio’ da Câmara de Várzea Grande.
O jornal também questionou a seriedade das ações protagonizadas por alguns parlamentares com crimes, inclusive até com o tráfico de drogas. Através dos advogados de defesa Tarcísio Brum e Diandra Fernandes, o juiz leigo Kleber Corrêa de Arruda, refutou a pretensão do vereador em julgamento de mérito.
A decisão foi homologada pela juíza Viviane Brito Rebello Isernhagen, rechaçando a aventura jurídica do parlamentar, negando provimento a ação esdrúxula.
Na decisão o juiz reforçou a defesa da liberdade de imprensa em mostrar os deslizes protagonizados por políticos enrolados até o ‘pescoço’ com crimes de diversas naturezas, e por que também os julgadores estão cumprindo de fato o que está escrito na constituição.
Ademais, quando esses magistrados analisam ações ‘sem pé e nem cabeça’ contra a imprensa, por reportagem meramente informativa, aí se cumpre de fato o direito a informação e a liberdade de imprensa.
E se fosse o contrário, haveria algo de estranho no ‘reino da Dinamarca’.
Agora, o vereador Ivan dos Santos, não têm autoridade em matéria de liberdade de imprensa e não reconhecemos essa autoridade.
E só olhar a longa e cordial convivência que ele teve com gestores em Várzea Grande, nos últimos tempos.
Ao refutar a ação proposta pelo vereador, a justiça se mostrou heroíca.
Ou ficaremos no paradoxo da história, como já dizia Ruy Barbosa: “O bom ladrão salvou-se, mas, não há salvação para o juiz covarde”.
No caso especifico do senhor Ivan dos Santos, que já está em seu terceiro mandato como edil da cidade industrial, a imprensa só enfatiza que continuará combatendo o bom combate.
E isso, talvez o vereador não vai perdoar nunca. Se o jornalista e o jornal tivesse algum temor, não estaria lutando contra o vereador.
Fizeram isso por que não são nenhum covardes ou acomodados.