Política

Com 53.285 mil votos, Nelson Ned, o “Nelson Barbudo” vai assumir vaga de Deputado Federal deixado por Amália Barros

Em 2018, o ex-parlamentar recebeu 126.249 votos em meio à onda bolsonarista

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM O GLOBO 12/05/2024
Com 53.285 mil votos, Nelson Ned, o “Nelson Barbudo” vai assumir vaga de Deputado Federal deixado por Amália Barros
Em 2028, o suplente foi o deputado federal mais votado em Mato Grosso, mas não conseguiu se reeleger quatro anos depois | O Globo

Nelson Ned Previdente, o “Nelson Barbudo”, do PL, vai assumir a vaga deixada pela ex-deputada federal Amália Barros (PL-MT) morta na madrugada de domingo (12), aos 39 anos, no Hospital Nova Star, em São Paulo, após retirada de um nódulo no pâncreas. ‘Barbudo’ já foi deputado federal eleito por Mato Grosso e nas ultimas eleições obteve 53.285 mil votos.

Em 2028, o suplente foi o deputado federal mais votado em Mato Grosso, mas não conseguiu se reeleger quatro anos depois. Ainda que não tenha conquistado a vaga, o ex-parlamentar obteve uma votação que o colocou como primeiro suplente do partido, ou seja, ele é o primeiro nome para substituir eleitos da sigla.

Em 2018, o ex-parlamentar recebeu 126.249 votos em meio à onda bolsonarista. Ele era filiado ao PSL, então partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Barbudo teve menos da metade destes votos quando tentou a reeleição quatro anos depois. Antes disso, ele havia sido vereador no município de Alto Taquari, no interior de Mato Grosso, em 2004.

Polêmicas na Câmara

Barbudo relatou projetos caros ao bolsonarismo durante sua primeira passagem pela Câmara. Um deles propunha ampliar e regulamentar a caça de animais. Outro visava limitar o valor de multas ambientais.

Em 2021, o ex-parlamentar foi acusado de machismo pela deputada federal e pré-candidata à prefeitura de São Paulo Tabata Amaral (PSD-SP). O caso ocorreu após Barbudo ter mandado ela ficar "quietinha e pianinha" durante sessão que discutia a autorização da caça esportiva de animais silvestres.

Um projeto que visava rever a demarcação de terras indígenas ganhou força na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara no mesmo ano. Entre os parlamentares da bancada ruralista com interesse na proposta estava Barbudo, que já havia apresentado dois projetos de lei pedindo a alteração do Estatuto do Índio e a "realocação de não índios ocupantes de terras tradicionalmente ocupadas por índios", além de indenização e título definitivos para os fazendeiros à medida que as demarcações foram sendo revistas.

Antes de apresentar o projeto à Câmara no final de 2020, Barbudo se reuniu com o então presidente da Funai, Marcelo Xavier, a quem comunicou, segundo fontes, que a pauta ganharia força caso o candidato de Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL), vencesse a eleição para a presidência da Câmara.

Dois anos antes, o Ministério Público Federal ( MPF ) em Barra do Garças, em Mato Grosso, prometeu uma "resposta enérgica" após a Fundação Nacional do Índio ( Funai ) afirmar que Barbudo teria prometido invadir a demarcação e devolver o espaço a agropecuaristas locais que foram retirados da reserva por decisão do Supremo Tribunal Federal ( STF ) em 2012. O parlamentar negou a acusação.