Política

Ex-diretor da PRF confirma blitz no Nordeste, mas nega fiscalizar eleitores

Djarlon confirmou que recebeu ordens de Anderson Torres para fazer blitz em ônibus que saíam de São Paulo com destino à região Nordeste, mas destacou que as inspeções ocorreram dias antes do segundo turno

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 27/05/2025
Ex-diretor da PRF confirma blitz no Nordeste, mas nega fiscalizar eleitores
Segundo a testemunha do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, "em mais de 60% não se demorou mais que 15 minutos para liberá-los | Divulgação/Flickr - PRF Paraná

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (27), o ex-diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Djairlon Henrique Moura negou que as fiscalizações foram feitas nos transportes de eleitores, mas, segundo ele, serviram para avaliar irregularidades dos veículos no dia do segundo turno das eleições de 2022, 30 de outubro.

"Em momento algum foi fiscalizado o serviço de transporte, se ele estava autorizado ou não a fazer o transporte de eleitores", disse Djarlon Henrique Moura.

Segundo a testemunha do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, "em mais de 60% não se demorou mais que 15 minutos para liberá-los. Então as fiscalizações foram feitas para verificar as condições do veículo".

Blitz no Nordeste

O ex-diretor confirmou ainda que recebeu ordens de Torres para fazer blitz em ônibus que saíam de São Paulo com destino à região Nordeste durante as eleições de 2022, mas destacou que as inspeções ocorreram entre os dias 21 e 27 de outubro.

“Antes da eleição foi solicitado que se fizesse uma operação dos ônibus que estavam saindo de SP e da região do Centro-Oeste que tinha como destino final o Nordeste com possíveis votantes e recursos financeiros que já estavam sendo investigados pela Polícia Federal. Isso foi formado no dia 21 à 27 de outubro, então a operação acabou bem antes do período das eleições”, declarou.

Djarlon Moura ressaltou também que a operação durante esse período ocorreu por haver suspeita de "transporte irregular de eleitores com dinheiro transportado nesses ônibus".

Depoimentos

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou ontem (26), os depoimentos das testemunhas de defesa dos réus no processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado após o resultado da eleição presidencial de 2022.

A expectativa é de que mais de 50 testemunhas sejam ouvidas, incluindo diversos ex-ministros do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Relacionadas a Anderson Torres, serão ouvidas 26 testemunhas até sexta-feira (30). Elas são indicadas pela defesa do ex-ministro.