Política

PGR tende a se manifestar contra presença da PF dentro da casa de Bolsonaro

Avaliação é de que reforço policial no entorno da residência é suficiente para evitar fuga

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 27/08/2025
PGR tende a se manifestar contra presença da PF dentro da casa de Bolsonaro
O pedido foi feito ao STF (Supremo Tribunal Federal) pela própria PF, sob a justificativa de evitar risco de fuga. Antes de decidir, o ministro Alexandre de Moraes pediu manifestação da PGR | CNN

Fontes da PGR (Procuradoria-Geral da República) avaliam que são baixas as chances de um parecer favorável à presença da PF (Polícia Federal) dentro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O pedido foi feito ao STF (Supremo Tribunal Federal) pela própria PF, sob a justificativa de evitar risco de fuga. Antes de decidir, o ministro Alexandre de Moraes pediu manifestação do procurador-geral, Paulo Gonet.

De acordo com auxiliares de Gonet, a prisão domiciliar, o uso da tornozeleira eletrônica e o monitoramento no entorno da residência pela Polícia Penal do DF (Distrito Federal) já seriam medidas suficientes para garantir que Bolsonaro não deixe o país.

Para esses interlocutores, permitir agentes da PF no interior da casa de Bolsonaro seria uma medida extrema e desnecessária, com potencial de acirrar as tensões - o que não é desejado para o atual cenário político e econômico do país.

Gonet tende a levar em conta, também, a proximidade do julgamento da ação penal sobre a trama golpista, que é previsto para ocorrer entre 2 e 12 de setembro, e deve resultar na condenação definitiva de Bolsonaro.

Na decisão em que autorizou a atuação da Polícia Penal, Moraes orientou os agentes a não adotarem “medidas intrusivas da esfera domiciliar do réu, nem que sejam perturbadoras de suas relações de vizinhança”.

Em seguida, a PF disse que não haveria como fazer esse monitoramento sem causar transtorno aos moradores, pois os agentes teriam de atuar ostensivamente - vigiando, por exemplo, todos os veículos que constantemente entram e saem do condomínio.

Como alternativa, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, diz ser “imperiosa a determinação para uma equipe de policiais permanecer 24h no interior da residência, como há precedentes”.

Foi citado, no entanto, apenas um precedente - e de 21 anos atrás. O caso é o do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, que foi condenado por corrupção passiva, estelionato e peculato e cumpriu prisão domiciliar sob custódia da PF.