Política
"Não há preocupação com investigação paralela", diz secretário de segurança
Declaração ocorre após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer que o governo federal vai pressionar por uma apuração independente sobre a ação policial
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou, em entrevista ao CNN 360°, que o governo não teme uma investigação paralela sobre a megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais.
A declaração ocorre após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizer, nesta terça-feira (4), que o governo federal vai pressionar por uma apuração independente sobre a ação policial. Lula afirmou que é necessário verificar “em que condições se deu” a operação, ressaltando que a ordem judicial “era de prisão, não de matança”.
O secretário disse que não comentaria a fala do presidente por se tratar de questão política, mas destacou que a operação foi acompanhada pelo Ministério Público e pelo Judiciário desde sua fase inicial.
Nós não temos nenhuma preocupação que haja qualquer tipo de investigação paralela ou em conjunto.secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos
Veja imagens da operação:
Ainda segundo Victor Santos, o Estado não tem “qualquer receio” de uma apuração adicional e que existem mecanismos de fiscalização já atuando no caso.
“Desde o início da operação […] ela começou com a investigação de um ano da Delegacia de Repressão a Entorpecentes. […] O Ministério Público esteve presente no planejamento. […] As corregedorias, os órgãos de controle estavam presentes.”
A operação do dia 28 de outubro, que tinha como alvo a facção criminosa CV (Comando Vermelho), foi a mais letal da história do Brasil.
Autoridades do Rio de Janeiro descreveram a operação como um sucesso, com o governador Cláudio Castro (PL) afirmando que as "únicas vítimas reais" foram os policiais mortos, alegando que todos os outros mortos eram criminosos.
A operação nos complexos do Alemão e da Penha destacou um cenário político complexo para Lula, que tem tentado conciliar as preocupações com as violações dos direitos humanos com o crescente apoio público à repressão ao crime.