Confira como ficou a classificação da final:
1. Isaquias Queiroz (Brasil) - 4m04s408 2. Hao Liu (China) - 4m05s724 3. Serghei Tarnovschi (Moldávia) - 4m06s069 4. Adrien Bart (França) - 4m06s171 5. Martin Fuksa (Rep. Tcheca) - 4m08s755 6. Conrad Scheibner (Alemanha) - 4m13s725 7. Fernando Dayan Enriquez (Cuba) - 4m13s918 8. Pengfei Zheng (China) - 4m14s048
Antes da finalíssima, uma chuva forte caiu na baía de Tóquio em decorrência da passagem de um tufão na região. Cerca de 20 minutos antes da largada, porém, os céus deram uma trégua e permitiram que a disputa se desenrolasse sem problemas.
Nas eliminatórias, na manhã de sexta-feira no Japão (quinta à noite no Brasil), Isaquias já se impôs e marcou o melhor tempo no geral. Na manhã deste sábado, venceu a segunda bateria semifinal e, após sorteio, foi balizado na raia 4 na final.
O baiano havia terminado a final do C2 1000m, na quarta-feira na quarta posição ao lado de Jacky Godmann. Depois da disputa, ele chorou, passou mal e decidiu que entraria na briga por medalhas no C1 1000m com disposição redobrada.
Atleta do Flamengo, ele treina há sete anos em Lagoa Santa, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, sob o comando de Lauro de Souza Júnior, o Pinda. Talentoso desde a adolescência, quando foi descoberto ainda em Ubaitaba, sua cidade natal na Bahia, Isaquias acabou lapidado pelo lendário técnico espanhol Jesus Morlán, que conquistou várias medalhas olímpicas na canoagem velocidade como orientador do compatriota David Cal.
Morlán assumiu a seleção brasileira em 2013 e, dali em diante, Isaquias se tornou um dos maiores canoístas do mundo. O espanhol morreu em 2018 depois de travar uma luta de dois anos com um câncer no cérebro.
Na véspera da final, ele disse que queria uma medalha para honrar a memória do antigo mestre.
- Jesus foi um cara que mudou a a trajetória da canoagem do Brasil. Um cara que merece todo elogio por todas as conquistas que teve e pelo que estava fazendo mesmo com o tratamento do câncer. Para mim, é uma honra poder remar aqui e tentar mostrar para o Brasil que o trabalho dele segue, que podemos mostrar à família dele que levamos o nome do Jesus mesmo ele não estando mais fisicamente aqui. Meu objetivo agora é ganhar essa medalha de ouro para dedicar a ele - disse.
Com esse pódio em Tóquio, Isaquias entra definitivamente na galeria dos gigantes da história olímpica brasileira.