Esportes
O noticiário esportivo de Mato Grosso foi abalado nesta semana por uma sequência de dissabores: primeiro a queda do Cuiabá Esporte Clube para a zona de degola do campeonato brasileiro da série A.
Segundo a denúncia de que conselheiros fiscais do clube cuiabano residirem na cidade de Blumenau, no vale do Itajaí, estado de Santa Catarina, cerca de 1.930 KM de distância da capital mato-grossense.
Entre os conselheiros fiscais estão Claúdio Heinzen e Fabrícia Tatiana Poletto, e ainda como suplentes: Alexandro Dal Moro, Katiana Suelen Schreiber.
Todos eles residentes e domiciliados na cidade catarinense de Blumenau.
Além disso os conselheiros trabalham na empresa Fator Contabilidade, empresa que atua há mais de 30 anos na área contábil, na cidade.
Claúdio Heinzen é o diretor administrativo e financeiro, Alexandro Dal Moro é o coordenador de contabilidade da empresa, e Katiana Schreiber é a coordenadora fiscal.
Tudo bem que o Código Civil Brasileiro e a lei 14.193/21(lei do clube empresa) e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro(PL), permite que qualquer pessoa seja conselheiro fiscal de empresas de sociedade anônimas em qualquer parte do território nacional.
Mas, ser conselheiro fiscal há cerca de 2.000 quilômetros é totalmente imoral. Ainda mais quando se trata em analisar verbas públicas e destinadas para as sociedades anônimas.
É o caso do Cuiabá esporte Clube que era apenas uma microempresa(ME) até dezembro de 2021 e tinha, na época, um misero capital social de apenas R$ 10 mil.
A empresa tinha como diretores os irmãos Alexandro Dresch e Cristiano Luiz Dresch e que hoje ocupam o Conselho de Administração da S/A.
Os irmãos aproveitaram a nova lei de clube empresa, aprovada pelo governo federal, e mudaram sua pequena empresa de R$ 10 mil, e a transformaram em capital aberto, a chamada S/A de futebol.
Mas, ser conselheiro fiscal de um clube empresa e residir em outro estado seria ilegal?
Do ponto de vista jurídico não.
Mas, quando a nova sociedade de capital aberto recebeu dinheiro público, já se torna imoral e possível fiscalização por parte do Ministério Público de Mato Grosso.
No final do ano passado o Cuiabá recebeu R$ 3,5 milhões de dinheiro público do governo de Mato Grosso sob a égide de trazer publicidade na área turística para o estado.
Com a parceria, as camisas e demais peças do “Dourado” teriam que trazer frases voltadas a atrair investimentos e turistas para Mato Grosso, com o objetivo de trazer mais empregos e desenvolvimento à população.
Então, onde estariam os conselheiros fiscais para fiscalizarem a aplicação da dinheirama pública? Será que a análise é feita por vídeo chamada?
Ou simplesmente eles não vêm ou nunca estiveram em Cuiabá para analisar as contas da S/A.
Perguntas que a população de Mato Grosso quer saber por ser tratar de dinheiro público.
Ademais, com mais de 1 milhão de pessoas residindo na baixada cuiabana, será que o Cuiabá Esporte Clube não encontrou ninguém que gostaria de ser conselheiro fiscal e residindo aqui?
Veja Balanço