Mundo

Croácia e Áustria registram os primeiros casos da doença

26/02/2020
Após alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que o coronavírus pode se tornar uma pandemia no mundo, o vírus mostra sua força. Nos últimos dias, tem ganhado corpo na Europa e em outros continentes, saindo da Ásia. No Irã, o vírus alcançou o vice-ministro da Saúde, Iraj Haririchi. Seu ministério aconselhou a população a ficar em casa devido à expansão do vírus no Irã, onde existem contradições quanto ao número de mortos: um deputado da cidade mais afetada falou na segunda-feira em 50 mortos, enquanto o Governo reconhece 15. Na Itália, uma mulher do norte do país que estava de férias em Palermo, na ilha de Sicília, é o primeiro caso registrado no sul. O vírus chegou também à Toscana, onde dois homens, em Florença e em Pistoia, deram positivo, e a Ligúria. Já foram registradas 7 mortes e 283 infecções na Itália.  

O vírus ainda não chegou aos Estados Unidos, mas as autoridades norte-americanas tratam a identificação de infeccções como questão de tempo. “Não se trata tanto de saber se isso vai acontecer, mas de mais exatamente quando isso acontecerá”, disse Nancy Messonnier, diretora do Centro Nacional de Imunização e Doenças Respiratórias, em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira.

 

As autoridades da Croácia e da Áustria confirmaram nesta terça os primeiros casos de contágio em seu território. O primeiro ministro croata, Andrej Plenkovic, confirmou o caso e monitora o assunto de perto. Também na Áustria, o governador do Tirol, Günther Platter, confirmou os dois primeiros casos positivos de coronavírus nesta região. Os dois pacientes estão isolados numa clínica de Innsbruck. Segundo o governador, as duas pessoas são de Bérgamo, na região da Lombardia, a mais afetada pelo vírus no norte da Itália. Os dois são pacientes jovens, de 24 años, e suas vidas não correm perigo.

 

O Brasil ainda não registrou nenhum caso de coronavírus, mas aumenta seus alertas conforme a doença se espalha. Nesta segunda (24), Irã e Itália forma incluídos na lista de países, além de Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França e Malásia nos critérios para análise de casos suspeitos. A Espanha, onde vivem 100.000 brasileiros, ainda não foi incluída. Até sexta, estavam os países asiáticos (Japão, Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja, além da China).

 

Com os novos casos, espera-se que novos países sejam incluídos na lista de vigilância, com atenção especial a passageiros oriundos desses países que venham a apresentar febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar.

 

Segundo Wanderson de Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, o país vem ampliando a capacidade de detecção dos laboratórios, “tornando mais sensíveis os sistemas de saúde público e privado". Mas, embora exista alerta para brasileiros em trânsito para esses locais, não existe recomendação de evitar viagens, como no caso da China, que está em quarentena. “É importante deixar claro que não teremos medidas de restrição para viagens. Este é um procedimento padrão, não estamos recomendando nada diferente do que já estávamos fazendo”, disse o secretário. O Brasil monitora quatro casos suspeitos mas já descartou outros 54.

 

As autoridades dos diversos países têm procurado acalmar a população, apesar da tensão provocada pela confirmação acelerada de infectados em diversos países, e mortes. “Tenham confiança em nosso sistema de saúde pública que se destaca neste tipo de crise”, disse o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, quando entrava no plenário do Senado.

 

Também o primeiro ministro italiano, Giuseppe Conte, emitiu uma mensagem nessa mesma linha, pedindo confiança no sistema de saúde do seu país, muito embora tenha soltado palavras controvertidas nesta segunda, quando afirmou que o vírus havia se estendido na Itália porque os hospitais “não havia cumprido o protocolo”. “Os cidadãos devem estar tranquilos. Nossos protocolos são eficientes, efetivos e adequados para responder a emergências”, assegurou.

 

Em Bahréin, nove novos casos foram anunciados nesta terça, o que eleva a 17 o total no país. Na China, as autoridades informaram a ocorrência de mais 71 mortes (cerca de 2.700 no total), e há quase 78.000 contagiados. A Coreia do Sul confirmou 977 casos de contágio, 144 a mais do que esta segunda.

 

O coronavírus chegou a Barcelona, destino de muitos brasileiros que residem ou visitam a cidade catalã, ao norte da Espanha. Trata-se de uma mulher italiana, de 36 anos, residente na cidade, que havia viajado nos últimos dias para o norte da Itália. Com este, são cinco os casos de infectados na Espanha. “Ela esteve na zona de Bérgamo e Milão entre os dis 12 e 22”, explicou o secretário de Saúde Pública, Joan Guix. Segundo ele, estão sendo levantados os contatos da paciente com outras pessoas sãs, o que vai obrigá-las a um isolamento de 14 dias para saber se apresentam sintomas do vírus. A notícia vem a público no mesmo dia em que cerca de mil turistas hospedados em um hotel de Adeje (H10 Costa Adeje Palace), no sul de Tenerife, estão isolados por recomendação das autoridades de saúde. Ali estava um turista italiano que agora está internado em um hospital da ilha, depois que os exames para detectar o coronavírus deram resultado positivo. Sua mulher também foi infectada, segundo informa o repórter Pedro Murillo. Estão sendo submetidas a exames todas as pessoas que possam ter tido contato com o casal.