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Protestos continuam em várias cidades dos EUA apesar de ameaça de Trump de enviar o exército
- Em Nova York, manifestações pacíficas registram alguns incidentes: foram quebradas vitrines de lojas perto do Rockefeller Center e da loja Macy na 34th Street. A polícia chegou a algemar dois homens que foram retirados da Macy. Um carro passou perto de um grupo de agentes de segurança e deixou pelo menos dois feridos.
- Na Filadélfia, policiais usaram armas não letais para dispersar um grupo de manifestantes que ocupou uma rodovia interestadual depois do toque de recolher.
- Em Washington, os arredores da Casa Branca registraram confrontos entre forças de segurança e manifestantes durante o discurso de Trump. Helicópteros sobrevoaram os manifestantes. A prefeita de Washington, Muriel Bowser, antecipou em quatro horas o início do toque de recolher, que começou às 19h (21h de Brasília). Depois deste horário, dezenas de manifestantes foram detidos.
- Em St Louis (Missouri), o choque entre manifestantes e as forças de segurança deixaram quatro policiais baleados. Eles foram hospitalizados, mas não correram risco de morrer.
- Em Las Vegas (Nevada), um policial foi baleado no confronto com manifestantes.
- Em Los Angeles (Califórnia), houve registro de um incêndio criminoso em uma rua comercial.
- Em Atlanta (Geórgia), policiais usaram gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes.
- Em Nashville, mais de 60 policiais da Guarda Nacional colocaram no chão os seus escudos contra motins a pedido de manifestantes pacíficos que se reuniram em frente ao Capitólio do estado do Tennessee para homenagear George Floyd.
As manifestações desta segunda ocorrem uma semana após a morte de George Floyd, um ex-segurança negro morto em Minneapolis após um policial branco ajoelhar sobre seu pescoço durante abordagem.
A onda de manifestações, algumas violentas, atingiu várias importantes cidades americanas. Trump criticou o assassinato de George Floyd, mas criticou o a violência que marcou as manifestações no anoitecer de todos os dias da última semana e ele defendeu que protestos legítimos não podem ser suplantados por uma "multidão raivosa".
Nesta segunda, o presidente americano ameaçou enviar as Forças Armadas para as cidades onde estivessem acontecendo os protestos caso os governadores e prefeitos não contivessem a violência.
Morte por asfixia
Ainda na segunda-feira, dois novos laudos de autópsias declararam que Floyd foi morto por asfixia, causada pela pressão do joelho do policial Derek Chauvin sobre seu pescoço por mais de 8 minutos.
Ambas conflitam com a autópsia inicial, apresentada pela cidade de Minneapolis, que dizia que não havia "nenhum achado físico que suporte o diagnóstico de asfixia traumática ou estrangulamento".
Chauvin foi detido e acusado de homicídio culposo (sem intenção de matar) e assassinato em terceiro grau (quando é considerado que o responsável pela morte atuou de forma irresponsável ou imprudente). Novas imagens mostraram que os outros policiais que participavam da abordagem também ajudaram a imobilizar Floyd, aumentando a pressão popular para que eles também sejam detidos.
'Votem'
O irmão de George Floyd, Terence, pediu o fim da violência durante uma homenagem ao irmão. "Não parem de protestar, mas levantem um símbolo da paz", disse, durante um ato no local onde a detenção aconteceu. "Parem de pensar que nossas vozes não importam e votem."
Protestos em tempos de pandemia
Os protestos ocorrem em um momento em que mais de 100 mil pessoas morreram nos Estados Unidos por complicações da Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus. As medidas tomadas para mitigar a pandemia acertaram um forte golpe na economia americana em um ano eleitoral.
A epidemia teve um impacto devastador na comunidade negra e alguns estudos mostram que esta população corre até três vezes mais riscos de morrer da doença do que os brancos.