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Em desfile para comemorar vitória soviética sobre nazistas, Putin afirma que 'vai defender firmemente interesses russos'
Rússia celebra neste domingo os 76 anos do fim da capitulação alemã na 2ª Guerra Mundial. O presidente do paísdenunciou a volta de discursos 'racistas, de superioridade nacional, antissemitismo e russofobia', como ele definiu
“Para a minha família e eu, é uma festa para celebrar uma vitória do povo russo. Nós temos orgulho, nos lembramos e honramos nossos familiares e corajosos soldados”, disse em Vladivostok a contadora Ioulia Goulevskikh, que foi assistir ao desfile ao lado da filha.
Celebração reforça poder de Putin
Segundo uma pesquisa do instituto público Vtsiom, 69% consideram a data a mais importante da Rússia. O dia passou a ser festejado anualmente na Praça Vermelha apelas depois da queda da ex-União Soviética.
Nestes mais de 20 anos no poder, Putin transformou a celebração num momento simbólico de reforço do próprio poder, exaltando o sacrifício dos soviéticos e acusando regularmente os adversários ocidentais de promoverem “revisionismo” histórico, ao exaltarem o papel dos americanos e minimizarem a atuação dos soviéticos na queda de Adolf Hitler.

Tensão em alta nos últimos anos
Nos últimos anos, a tensão entre Moscou e os ocidentais cresceu – a Rússia foi alvo de múltiplas sanções devido à anexação da Crimeia, na Ucrânia, em 2014, e o seu papel no conflito no país vizinho, que dura até hoje. O país também foi repreendido por acusações de ataques cibernéticos contra alvos ocidentais e repressão da oposição anti-Putin.
Este ano, o 9 de maio ocorre em meio a uma recrudescência da tensão na Ucrânia, com o envio de dezenas de milhares de militares russos para a fronteira e o temor de uma nova ofensiva. Além disso, o envenenamento e a prisão do principal opositor ao presidente, Alexeï Navalny, continuam a abalar os ânimos entre Moscou e a União Europeia.