Mundo
Dezenas de palestinos ficam feridos em confronto com a polícia em Jerusalém após oração em Al Aqsa
Agentes ocuparam a mesquita antes da marcha prevista de milhares de nacionalistas israelenses pelo bairro muçulmano da Cidade Velha
Mais de 500 palestinos e 30 policiais de Israel ficaram feridos desde sexta-feira numa das piores ondas de confrontos desde a Segunda Intifada (2000-2005), o que suscitou o alerta da comunidade internacional. Os Estados Unidos, principal aliado do Israel, pediu ao Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que trate de reduzir a tensão na Cidade Sagrada.
A polícia proibiu a entrada dos nacionalistas na Esplanada das Mesquitas, chamada pelos judeus de Monte do Templo, durante a celebração do Dia de Jerusalém, nesta segunda. Essas visitas são tradicionais na data em que o Exército de Israel conquistou a parte oriental da cidade durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
À tarde está previsto que dezenas de milhares de nacionalistas e colonos israelenses saiam com a bandeira da Estrela de Davi pelo bairro muçulmano da Cidade Velha, em um provocador desfile que todos os anos faz a tensão disparar em Jerusalém.
A pedido do procurador-geral de Israel, o Tribunal Supremo adiou no domingo a publicação da sentença final, que estava anunciada para esta segunda-feira, sobre o despejo de várias famílias palestinas das casas que ocupam há sete décadas no bairro de Sheikh Jarrah, na parte norte do centro histórico. Esses desalojamentos foram promovidos junto à Justiça por uma associação de colonos judeus e, junto com os protestos contra as barreiras policiais instaladas no Ramadã na Porta de Damasco, principal acesso ao bairro muçulmano, motivaram a onda de violência em Jerusalém durante o mês sagrado do islamismo. Em ambos os casos, Israel recuou para evitar que a tensão explodisse.