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Bolsas asiáticas operam em alta, com otimismo nos mercados após recuo do 'tarifaço' de Trump
O presidente dos EUA anunciou nesta quarta-feira (9) que reduzirá as tarifas de países que não retaliaram sua política de taxas, mas aumentará para 125% a tarifa sobre a importação de produtos da China

As bolsas asiáticas operam em alta, acompanhando o otimismo no mercado financeiro depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que irá reduzir para 10% as taxas recíprocas, pelo prazo de 90 dias.
O republicano se referiu à medida como uma "pausa" no tarifaço, que há uma semana resultou na escalada da guerra comercial global. Na decisão, ele também anunciou taxas de 125% contra a China. (leia mais abaixo)
Até então, os mercados vinham operando no campo negativo com a perspectiva de desaceleração da economia global. O recuo de Trump em relação ao tarifaço, no entanto, fez o humor mudar completamente.
📉 Veja o desempenho das principais bolsas asiáticas por volta das 23h30:
- 🇨🇳 CSI 1000, da China, subia 3,71%
- 🇭🇰 Hang Seng, de Hong Kong, subia 3,44%
- 🇯🇵 Nikkei 225, do Japão, subia 8,44%
- 🇬🇸 Kospi, da Coreia do Sul, subia 5,05%
Com fechamento antes do anúncio, as bolsas da Ásia e da Europa despencaram ontem. Já as bolsas de Nova York dispararam e registraram nesta quarta-feira (9) suas maiores altas diárias em anos.
Veja como ficou o fechamento dos principais índices norte-americanos:
- Dow Jones subiu 7,9%, seu melhor dia desde 2020;
- S&P 500 adicionou 9,5%, em seu maior ganho desde 2008;
- Nasdaq avançou 12%, seu melhor dia desde 2001.
No Brasil, o dólar subia pela manhã, mas despencou após o anúncio de Trump e fechou em queda de 2,54%, a R$ 5,84. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, disparou 3,12%, aos 127.796 pontos.
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Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato. Em algum momento, esperançosamente em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis. Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e USTR, para negociar uma solução para os assuntos em discussão relativos a Comércio, Barreiras Comerciais, Tarifas, Manipulação Cambial e Tarifas Não Monetárias, e que esses países não retaliaram de forma alguma contra os Estados Unidos, por minha forte sugestão, autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato. Obrigado pela sua atenção a este assunto!
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Trump eleva tarifas contra a China para 125% — Foto: Truth Social/Reprodução
Retaliação à China
Trump também afirmou na tarde desta quarta-feira (9) que aumentará para 125% a tarifa sobre a importação de produtos da China. A medida tem efeito imediato.
A decisão é mais um episódio da nova disputa comercial entre EUA e China, iniciada pelo tarifaço de Trump. No último dia 2 de abril, o norte-americano anunciou taxas de importação sobre 180 países de todo o mundo. De lá para cá, houve retaliações de parte a parte, subindo tarifas de importação.
Os EUA haviam imposto uma taxa de 104% aos produtos chineses, que entraria em vigor nesta quarta. Em resposta, o Ministério das Finanças da China anunciou que subiria tarifas para 84% sobre os produtos americanos. (saiba mais abaixo)
"Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato", escreveu Trump em sua rede social.
O republicano disse esperar que, "em um futuro próximo, a China perceba que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis".
"Autorizei uma pausa de 90 dias e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato", escreveu Trump.
O republicano afirmou que a decisão teve como base o fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos EUA, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e USTR (agência do governo para o comércio exterior), para negociar uma solução ao tarifaço.
"Esses países não retaliaram de forma alguma contra os EUA", acrescentou.
Entenda como a tarifa sobre a China chegou a 125%:
- No início de fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre as importações vindas da China, que se somou à tarifa de 10% que já era cobrada do país, chegando a 20%;
- Na quarta-feira da semana passada, dia 2 de abril, Trump anunciou seu plano de "tarifas recíprocas" que incluía uma taxa extra de 34% à China, elevando a alíquota sobre os produtos do país asiático a 54%;
- Após a retaliação chinesa que também impôs tarifas de 34% sobre os EUA, a Casa Branca confirmou mais 50% em taxas sobre as importações chinesas, deixando a tarifa sobre o país no patamar de 104%.
- Com o anúncio de que a China irá elevar a 84% as taxas sobre os produtos norte-americanos, Trump decidiu subir para 125% a tarifa contra os asiáticos, na mais nova ofensiva.
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Trump em evento do Comitê Nacional Republicano para o Congresso — Foto: Reuters