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Governo Maduro posiciona tropas e coloca armas 'nas mãos do povo' diante de avanço de embarcações dos EUA no Caribe

Venezuela afirma estar se preparando para uma possível ofensiva do governo Trump no mar do Caribe. Segundo jornal 'The Washington Post', houve movimentação de tropas perto da costa

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM G1/COM FRANCE PRESS 17/10/2025
Governo Maduro posiciona tropas e coloca armas 'nas mãos do povo' diante de avanço de embarcações dos EUA no Caribe
Militares venezuelanos são posicionados perto da fronteira com a Colômbia, em 16 de outubro de 2025 | Schneyder Mendoza/ AFP

Venezuela posicionou tropas perto de sua costa caribenha e decidiu colocar as armas "nas mãos do povo" para enfrentar uma eventual incursão dos Estados Unidos no país, segundo o governo do presidente Nicolás Maduro.

Os Estados Unidos enviaram em agosto navios e aviões de guerra ao Caribe sob o argumento de uma operação antidrogas. O governo de Maduro afirma tratar-se de uma agressão que busca promover uma mudança de regime para se apoderar do petróleo.

"De acordo com esta Constituição [da Venezuela], o monopólio das armas pertence ao Estado; o Estado decidiu que as armas do país, do Estado, estejam nas mãos do povo, para sua proteção", afirmou o ministro do Interior, Diosdado Cabello.

"E é isso que temos feito", acrescentou Cabello, que também é vice-presidente do partido. "Estamos em uma fase de agressão (...) de cerco", assegurou.

Na quinta-feira (16), o governo de Maduro anunciou pelas TVs locais que estava posicionando tropas em locais estratégicos diante da aproximação dos navios norte-americanos.

Membros da Milícia Bolivariana ficam em formação durante um treinamento militar, em meio à crescente tensão com os Estados Unidos. — Foto: Gaby Oraa/REUTERS

Membros da Milícia Bolivariana ficam em formação durante um treinamento militar, em meio à crescente tensão com os Estados Unidos. — Foto: Gaby Oraa/REUTERS

Militares venezuelanos são posicionados perto da fronteira com a Colômbia, em 16 de outubro de 2025. — Foto: Schneyder Mendoza/ AFP

Militares venezuelanos são posicionados perto da fronteira com a Colômbia, em 16 de outubro de 2025. — Foto: Schneyder Mendoza/ AFP

O presidente dos EUA, Donald Trump, justificou o uso do "poderio militar" americano na luta contra cartéis que ele vincula a Maduro.

O mandatário venezuelano nega as acusações e, em contrapartida, afirma que a Venezuela está sendo submetida à "ameaça militar mais letal e extravagante da história".

Diante da presença militar americana, Maduro ordenou exercícios permanentes e convocou o alistamento militar de civis, que estão sendo instruídos no manejo de fuzis.

Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024. — Foto: AFP/Jim Watson

Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024. — Foto: AFP/Jim Watson

Forças militares dos Estados Unidos destruíram pelo menos quatro embarcações de supostos narcotraficantes, resultando em 21 mortos. Caracas classificou o bombardeio dessas pequenas lanchas como "execuções extrajudiciais" e uma "sentença de morte" em alto-mar.

Na sexta-feira, a Venezuela solicitou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que impeça os Estados Unidos de cometer um "crime internacional". Segundo Caracas, o governo Trump busca "fabricar um conflito" para justificar uma invasão.