Polícia

A farsa do “Vovô”: líder da quebrada usava caridade para esconder tráfico e lavagem de dinheiro em MT

Operação Ludus Sordidus prendeu Sebastião Lauze Queiroz de Amorim, o “Vovô”, que comandava crimes em Cuiabá sob a fachada de time de futebol e doações a famílias carentes

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM PC-MT 21/08/2025
A farsa do “Vovô”: líder da quebrada usava caridade para esconder tráfico e lavagem de dinheiro em MT
A Operação Ludus Sordidus cumpriu 10 mandados de prisão preventiva (8 já efetivados), 8 de busca e apreensão e sequestrou 7 imóveis, além de bloquear contas e valores que ultrapassam R$ 13,3 milhões | PC-MT

O disfarce caiu. O “Vovô”, como era conhecido Sebastião Lauze Queiroz de Amorim, foi preso nesta quinta-feira,21, pela Polícia Civil em Cuiabá. Apontado como o “dono da quebrada” na região do Osmar Cabral, ele comandava uma facção criminosa responsável por tráfico de drogas, jogos de azar, estelionato e lavagem de dinheiro.

Mas não parava aí. Para se passar por “benfeitor” da comunidade, Sebastião usava o time SN Futebol Clube e promovia ações sociais, como distribuição de cestas básicas e gás, numa clara tentativa de enganar moradores e conquistar respeito e silêncio.

“Essa prática é chamada de lavagem de imagem”, explicou o delegado Antenor Junior Pimentel Marcondes, da Draco. “O criminoso posa de protetor, mas por trás da máscara existe um império de delitos graves.”

A Operação Ludus Sordidus cumpriu 10 mandados de prisão preventiva (8 já efetivados), 8 de busca e apreensão e sequestrou 7 imóveis, além de bloquear contas e valores que ultrapassam R$ 13,3 milhões.

Segundo a GCCO, o “Vovô” havia alcançado alto patamar financeiro dentro da facção, movimentando recursos vultosos e se consolidando como um dos principais líderes do crime organizado na capital.

Durante a operação, o irmão de Sebastião, João Bosco Queiroz Amorim, apontado como seu braço direito e também envolvido na administração do time de futebol, foi baleado em confronto com policiais.

“O objetivo era claro: usar o futebol e a caridade como fachada, quando, na realidade, tratava-se de uma engrenagem criminosa que afetava centenas de famílias”, ressaltou o delegado Gustavo Colognesi Belão, da GCCO.

Além do “Vovô”, a operação prendeu o gerente da Policlínica do Jardim Glória, em Várzea Grande, Renan Curvo da Costa, 31 anos, acusado de envolvimento direto no esquema.

Outro nome de destaque é o do influenciador digital Dainey Aparecido da Costa, o “Deniz Bet”, também de Várzea Grande, suspeito de integrar a rede criminosa ligada a apostas ilegais, tráfico e lavagem de dinheiro.